O mecânico Simey Menezes Costa, acusado de matar a noiva Ketilly Soares de Souza, de 33 anos, com 33 facadas, participou de uma audiência de instrução na última terça-feira (26), na Cidade da Justiça, em Rio Branco. Durante o procedimento, ele optou por permanecer em silêncio, respondendo apenas que “permaneceria calado” às perguntas feitas pelo promotor.
A filha da vítima, Katheriny Lauany Soares, acompanhou a audiência e descreveu o momento como emocionalmente difícil. “Ele só chorava e não respondeu nenhuma pergunta. Descobrimos durante a audiência que ele deu 33 facadas na minha mãe, o que foi um choque para todos nós”, relatou.
Segundo Katheriny, a defesa tentou justificar o comportamento de Simey alegando problemas psicológicos. “A advogada dele afirmou que ele tinha transtornos mentais, mas o promotor rebateu dizendo que ele era plenamente consciente de seus atos, tanto que fugiu para Sena Madureira após o crime, queimou as roupas ensanguentadas e pediu ao pai para comprar roupas novas”, afirmou a jovem.
O promotor destacou que o réu era um homem trabalhador e tinha discernimento suficiente para planejar suas ações. “Ele não é doido”, afirmou o promotor durante a sessão.
Além de Katheriny, outras testemunhas, como a avó, a prima e uma amiga da família, prestaram depoimentos. O pai de Simey também foi ouvido e falou positivamente sobre Ketilly. “Ele chorou quando perguntaram se minha mãe era uma boa companheira e se ele se arrependia. Ele não respondeu”, contou Katheriny.
A causa do crime, segundo o relato na audiência, teria sido motivada por ciúmes.
A tentativa da defesa de conseguir um laudo para alegar insanidade mental foi negada pelo juiz, que determinou que Simey não apresentava condições que justificassem essa tese. O caso agora segue para julgamento em júri popular.
A filha da vítima comemorou a decisão e reafirmou a luta por justiça. “Estamos satisfeitos com o resultado da audiência até agora. O juiz foi firme e deixou claro que ele não tem problemas mentais”, disse.
Uma amiga da família lamentou a tragédia, destacando a brutalidade do crime. “Se ele teve coragem de matar a noiva que estava dormindo ao lado dele, o que mais ele é capaz de fazer?” questionou.
O Tribunal de Justiça do Acre informou que o próximo passo será a apresentação das alegações finais pela defesa em até cinco dias, antes de o juiz emitir a sentença definitiva sobre o encaminhamento do júri.
Com informações G1 Ac