23 novembro 2024

Funai monitora conflitos entre povos indígenas no Acre após invasão de território por grupo isolado

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Rastros deixados pelos isolados na areia da praia do rio Iaco, que fica próxima a aldeia Extrema/Foto: Junior Manxineru

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) emitiu uma nota sobre a situação envolvendo povos indígenas isolados no Acre, especialmente os conhecidos como Mashco-Piro, que recentemente invadiram a aldeia Extrema, localizada na Terra Indígena (TI) Mamoadate, entre os municípios de Sena Madureira e Assis Brasil.

A Funai informou que foi prontamente notificada sobre a aproximação do grupo isolado e, desde então, iniciou uma série de medidas, incluindo diálogo com a comunidade e articulação com outras entidades administrativas.

Em comunicado, a Funai reiterou seu compromisso com a proteção dos povos indígenas e esclareceu que continua presente na região, oferecendo suporte tanto aos indígenas Manchineri quanto ao grupo isolado Mashco-Piro. “A Funai reafirma o seu compromisso com a promoção e proteção dos povos indígenas e informa que segue presente no território prestando assistência aos indígenas Manchineri e aos Mashco-Piro, respeitando a política de não contato adotada pelo Estado brasileiro com relação aos indígenas em isolamento voluntário”, disse a instituição.

A Funai também declarou que não há registro recente de conflitos diretos entre as etnias, embora a presença do grupo isolado esteja sendo monitorada de perto por meio da Unidade Etnoambiental, localizada na aldeia Extrema, e pela Frente de Proteção Etnoambiental Envira, da Coordenação Regional do Alto Purus, que atuam na proteção e vigilância da área.

Entenda o caso

O grupo Mashco-Piro, considerado o maior povo isolado do mundo, teria saqueado a aldeia Extrema em 31 de outubro. Lucas Manxineru, líder da aldeia e presidente da Associação Manxinerune Ptohi Phunputuru Poktshi Hajene (MAPPHA), relatou os acontecimentos e as ações de vigilância após o incidente.

“Eles vieram e voltaram pelo mesmo caminho. Esse aparecimento está acontecendo, e a equipe de monitoramento e vigilância foi ao local para fazer a verificação. Estava sem ninguém na casa; se eles estivessem lá, teriam visto os [isolados] por completo”, afirmou Lucas.

A situação é ainda mais delicada após o registro de um incidente em setembro, quando dois trabalhadores de madeireiras foram mortos em território dos Mashco-Piro, já em território peruano. A Funai permanece atenta ao caso e reforça as medidas para evitar novos conflitos na região, mantendo a política de não contato com grupos isolados.

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