A Miss Universo Rio Branco 2023, Guilheny Abramoski, de 22 anos, denunciou o marido, o empresário Nasser Chami, por agressão durante uma crise de ciúmes na última segunda-feira (18), na capital acreana. O homem foi preso em flagrante no mesmo dia.
Segundo relato da jovem, a agressão começou após Nasser reagir violentamente a uma mensagem que ela recebeu de um amigo nas redes sociais. Guilheny afirma que, ao chegar em casa, encontrou o marido “completamente agressivo”, esvaziando seu guarda-roupa e ordenando que ela fosse embora.
“Ele surtou por causa de uma mensagem que não tinha nada demais. Quando tentei segurar a porta do guarda-roupa, ele começou a me bater no rosto e na cabeça, me deu vários tapas”, contou.
Após as agressões, Guilheny conseguiu se refugiar em outro cômodo, mas o marido a perseguiu. Ela relata ter sido obrigada a limpar a casa sob ameaça, enquanto Nasser portava uma arma na cintura. Além disso, ele confiscou seu celular, impedindo-a de pedir ajuda.
A intervenção da Patrulha Maria da Penha ocorreu após uma denúncia de vizinhos. A polícia encontrou Guilheny chorando e com hematomas visíveis. Nasser foi preso em flagrante, mesmo resistindo à abordagem policial.
Guilheny revelou que essa não foi a primeira agressão sofrida. Em março deste ano, ele teria a enforcado até desmaiar, impedindo-a de sair de casa ou buscar ajuda. Em abril, ela foi trancada em um banheiro, e ao tentar recuperar seu celular, recebeu um soco no peito.
Apesar das promessas de mudança e manipulações emocionais, o comportamento agressivo de Nasser se intensificou. Durante um período em que ele enfrentou um tratamento contra câncer na garganta, Guilheny abandonou tudo para apoiá-lo, acreditando que a experiência o faria mudar.
“Eu nunca imaginei que ele voltaria a agir assim. Depois de tudo o que passamos juntos, eu achei que seria diferente”, desabafou.
Após o flagrante, Guilheny solicitou medidas protetivas e já retirou seus pertences da casa onde viviam. Ela afirmou estar abalada emocionalmente e pretende buscar acompanhamento psicológico para superar o trauma.
A advogada de Nasser, Larissa Bezerra Chaves, declarou que o processo tramita sob sigilo na Vara de Violência Doméstica e não forneceu detalhes. Entretanto, afirmou que seu cliente já apresentou sua versão dos fatos e está cumprindo as medidas legais.
“Todas as contradições serão esclarecidas ao longo do processo”, garantiu a defesa.
Guilheny conclui que, apesar do sofrimento, está aliviada por ter rompido o ciclo de violência.
“Eu nunca imaginei passar por algo assim com a pessoa que eu amava. Mas agora, com a ajuda que recebi, posso tentar recomeçar”, finalizou.