Em tempos de constantes transformações, é essencial voltarmos nosso olhar para figuras que marcaram profundamente nossa história, como Frei Paolino Baldassari. Esse missionário, que dedicou mais de seis décadas de sua vida à comunidade de Sena Madureira, foi um verdadeiro exemplo de amor ao próximo, simplicidade e dedicação cristã. No entanto, sua memória parece estar cada vez mais distante do coração e das ações da nossa comunidade católica.
A história nos mostra o impacto que líderes religiosos podem ter, mesmo após sua partida. No Juazeiro do Norte, Padre Cícero, falecido há quase um século, ainda é lembrado com fervor por suas ações em vida. Sua memória atrai milhares de pessoas, fortalece a fé e impulsiona o desenvolvimento social e econômico da região. Em Sena Madureira, tivemos um Frei com a mesma grandeza: Paolino Baldassari. Ele navegou pelos rios, levou fé, esperança e cuidado aos mais necessitados, e inspirou muitos a seguirem os valores do Evangelho. Contudo, a falta de uma ação organizada para preservar sua memória e seu legado nos faz perder uma oportunidade preciosa de união e fortalecimento da nossa comunidade.
Como Igreja Católica e como cidadãos de Sena Madureira, precisamos refletir: estamos honrando verdadeiramente a vida e as obras de Frei Paolino? Sua trajetória deveria ser um farol que guia nossa fé, um exemplo para as novas gerações e um motivo de orgulho para a nossa cidade. Mas, ao contrário disso, parece que o tempo está apagando sua história, mesmo entre aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo pessoalmente.
Urge resgatar e valorizar a memória desse homem santo. A criação de eventos anuais em sua homenagem, a divulgação de suas obras e histórias, e até mesmo um espaço dedicado à sua vida, como um memorial ou museu, são apenas algumas das ações que podem ajudar a reavivar seu legado. Mais do que um tributo, isso seria uma forma de unir os fiéis em torno de um propósito comum, reforçando nossa identidade como uma comunidade cristã que valoriza suas raízes.
O exemplo de Frei Paolino não é apenas um capítulo da nossa história; é uma lição de vida que continua a ecoar. Cabe a nós, católicos e cidadãos de Sena Madureira, garantir que sua memória inspire as gerações presentes e futuras, promovendo uma fé viva e transformadora. Que não deixemos o esquecimento apagar a luz desse homem que tanto fez por nós. A missão de Frei Paolino Baldassari não terminou: ela vive em cada um de nós que decide fazer o bem e fortalecer a nossa comunidade.
Que essa reflexão seja o início de um movimento para honrar, preservar e fortalecer a memória de Frei Paolino Baldassari. Afinal, como disse o próprio Cristo, “a quem muito foi dado, muito será exigido” (Lc 12,48). E a nós foi dado o exemplo vivo de um santo em nosso meio. Não permitamos que seu legado se perca no silêncio.