26 dezembro 2024

Bebê que ficou sete dias no útero após morte da mãe recebe alta e passa Natal com a família

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Dois meses e 14 dias foi o tempo que Cecília Vitória, uma bebê prematura, levou para receber alta hospitalar e poder finalmente ir para casa com o pai, Felipe Araújo, auxiliar de limpeza. A pequena venceu uma batalha árdua pela vida, iniciada ainda no útero da mãe, Gisele Gomes, de 22 anos, que sofreu morte encefálica no início de outubro.

Gisele estava grávida de seis meses quando teve um pico de pressão alta, o que resultou no rompimento de uma artéria cerebral e hemorragia. Declarada com morte cerebral em 2 de outubro, ela foi mantida por aparelhos por mais sete dias para garantir que Cecília pudesse nascer. A bebê veio ao mundo em 9 de outubro, com apenas 6 meses e meio de gestação, e precisou permanecer internada para se fortalecer até a segunda quinzena de dezembro.

Na última segunda-feira (23), Cecília recebeu alta e foi levada para junto da família a tempo de celebrar o Natal. Inicialmente, ela ficará sob os cuidados da avó materna, mas Felipe destaca que está acompanhando de perto o desenvolvimento da filha.

“Estamos muito felizes. Depois da perda da minha esposa, nosso maior desejo era ver a Cecília bem e saudável. Oramos por ela todos os dias, e graças a Deus, ela está em casa. É um presente de Natal enorme para todos nós. A atenção agora é dobrada”, disse Felipe, emocionado.

Durante a internação de Cecília, a família enfrentou dificuldades e chegou a pedir ajuda para comprar mantimentos. Felipe e a avó materna da bebê se revezavam diariamente no hospital para acompanhá-la.

O pai reconheceu a importância do apoio recebido de amigos, familiares e até de desconhecidos que se solidarizaram com a situação. “Recebemos muitas doações, e sou extremamente grato a todos que ajudaram. Se pudesse, agradeceria individualmente, mas foram tantas pessoas que não tem como. Foi essencial para enfrentarmos esse momento difícil”, destacou.

Felipe relata que os médicos decidiram manter os aparelhos ligados em Gisele para dar uma chance à bebê. “Eles explicaram que o corpo dela estava funcionando como uma incubadora para Cecília. Apesar da perda irreparável da minha esposa, salvamos nossa filha”, conta ele, que estava com Gisele há 1 ano e 9 meses e vivia a expectativa da chegada da filha.

Hoje, a família comemora a presença de Cecília, que trouxe um alento em meio à dor da perda. A luta pela vida da pequena é uma história de amor, resiliência e solidariedade, que marca este Natal como inesquecível para todos os envolvidos.

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