O presidente Lula sancionou a lei nº 15.051/2024, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (23), que confere ao município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o título de Capital Nacional da Farinha. A medida, proposta pelo senador Alan Rick (União Brasil), foi aprovada nas duas casas do Congresso Nacional, destacando a relevância da cidade na produção desse ingrediente a partir da mandioca.
A farinha de Cruzeiro do Sul é reconhecida por sua textura fina, coloração amarela e métodos tradicionais de produção, que preservam técnicas indígenas e regionais transmitidas ao longo das gerações. Em 2017, ela obteve o selo de Identificação Geográfica (IG), sendo o primeiro produto brasileiro derivado de mandioca a conquistar essa certificação, registrada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
No Vale do Juruá, a produção de farinha alcança cerca de 335 mil toneladas anuais, cobrindo uma área de 14 mil hectares e atingindo uma produtividade média de 23,8 toneladas por hectare. Historicamente, a cadeia produtiva da mandioca representava 50% da produção agrícola do estado até 2019.
Segundo a justificativa do projeto, o título reconhece o impacto econômico e cultural da farinha na região. “A concessão do título valoriza o trabalho dos produtores locais e incentiva a comercialização da farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul em todo o País, promovendo as tradições e a culinária cruzeirense,” destaca o texto.
Além de ser um pilar econômico, a produção de farinha é parte integrante da identidade local, remontando à chegada de imigrantes cearenses ao Acre e ao fim dos ciclos da borracha, consolidando a atividade como uma das mais significativas na região.