O Natal é uma das datas mais significativas para os cristãos, celebrada anualmente em 25 de dezembro. Juntamente com a Páscoa, é uma data religiosa que tem Jesus Cristo como figura central, mas o seu verdadeiro significado vai além da festa tradicional.
Ao contrário da Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus, o Natal faz memória ao seu nascimento. De acordo com o pastor Gerson Leite de Moraes, o evento simboliza a entrada de Deus na essência humana, expressando-se por meio da encarnação de Cristo. “O verbo se fez carne”, uma expressão clássica que destaca a manifestação de Deus em forma humana, permitindo que os seres humanos o compreendam melhor. Não há uma definição bíblica específica sobre a data, mas para a fé cristã, o Natal representa a presença de Deus entre os homens, tornando-se um igual a eles.
Origem do Natal: Uma Festa Pagã?
Embora a data de 25 de dezembro seja associada ao nascimento de Jesus, não há registros precisos nas escrituras sobre esse dia. Segundo o professor Fernando Ripoli, o nascimento de Jesus não aconteceu em 25 de dezembro. A data foi escolhida por volta do ano 350 d.C. devido à sua relação com festividades pagãs, particularmente o solstício de inverno. A festa dedicada ao Deus Sol foi adaptada pelos cristãos, passando a simbolizar a luz eterna de Cristo, o “Sol da Justiça”, como descreve o padre Felipe Cosme Damião Sobrinho.
O Natal Hoje
Hoje, o Natal é amplamente marcado pelo comércio. As trocas de presentes e a decoração das casas com itens natalinos se tornaram práticas comuns, especialmente em shoppings e lojas ao redor do mundo. Para o pastor Gerson Leite de Moraes, o Natal moderno se desvia de seu significado original e reflete um ressignificado comercial dado pela sociedade. No entanto, muitos ainda veem o Natal como um momento de reflexão e solidariedade, como enfatiza o professor Fernando Ripoli, para quem o Natal é uma oportunidade de promover o amor e a união entre as pessoas, independentemente da religião.
O Natal em Outras Religiões
Embora o Natal seja uma celebração cristã, ele também tem impacto em pessoas de outras religiões. Muçulmanos, judeus e budistas não comemoram o Natal em suas tradições, mas muitos se veem envolvidos em um contexto social onde a data é amplamente celebrada. Segundo Ali Momade, da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, os muçulmanos não celebram o Natal, mas compartilham dos efeitos positivos gerados pelos valores de amor e confraternização da data. O rabino Ruben Sternschein, da Congregação Israelita Paulista, destaca que os judeus, embora não celebrem o Natal, convivem com a data em países de maioria cristã, respeitando as tradições e participando dos momentos de união. Para o budista e familiar, o Natal também é um momento de confraternização, como relata o mestre budista, que celebra a data junto com sua família cristã.
O Natal, portanto, pode ter diferentes significados para cada indivíduo, mas em sua essência, é uma oportunidade de refletir sobre o amor, a união e o espírito de fraternidade.