O Ranking Estadual de Gestão Sustentável de Ativos Verdes, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), destacou o Acre na oitava posição entre as unidades da federação no quesito sustentabilidade e desenvolvimento econômico. Este levantamento é baseado em indicadores alinhados às diretrizes ESG (ambiental, social e de governança) e à Agenda 2030 da ONU.
Divulgado em dezembro, o estudo inédito utilizou 33 indicadores distribuídos em quatro pilares temáticos: gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR), uso da terra, orçamento verde e sustentabilidade. Os dados analisados foram extraídos de fontes como o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), IBGE, Embrapa e o Sistema Nacional de Informações Florestais (Snif).
A metodologia do levantamento permite mensurar a relação entre crescimento econômico, bem-estar social e indicadores de sustentabilidade. O Acre, por exemplo, possui mais de 98% de sua área cadastrada no Sicar, aliado a um forte planejamento orçamentário verde e programas como o Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) e o Plano Estadual de Controle de Desmatamentos e Queimadas (PPCDQ).
Protagonismo no Mercado Verde
José Luiz Gondim, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais do Acre (CDSA), afirmou que o estado tem se destacado no mercado nacional e internacional de ativos ambientais. O Acre é pioneiro em iniciativas como o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa) e o Programa Isa Carbono, que deu origem ao primeiro programa de REDD+ (REM Early Movers), financiado por governos da Alemanha e Inglaterra.
“A localização estratégica na Amazônia Ocidental, somada às políticas públicas robustas desenvolvidas desde o século passado, posiciona o estado como um ator chave em negociações bilaterais e multilaterais no mercado de carbono e na economia verde”, destacou Gondim.
Com reconhecimento internacional, o Acre é habilitado ao padrão ART-Trees (The REDD+ Environmental Excellence Standard), permitindo a geração de créditos de carbono de alta qualidade e credibilidade no mercado global.
Desde 2012, o Programa REM trouxe experiências significativas para o estado. Entre 2012 e 2018, sua primeira fase beneficiou diretamente 21.940 famílias, incluindo 7.929 pessoas em 28 terras indígenas. As iniciativas promoveram manejo sustentável de florestas, aumento dos estoques de carbono florestal, capacitação, assistência técnica e apoio logístico.
“As principais lições aprendidas envolvem a importância de uma governança participativa, a integração entre políticas públicas e a relevência de mecanismos de repartição de benefícios. Isso posiciona o Acre como líder na gestão de programas REDD+ em larga escala”, explicou Gondim.
A “Agenda Acre 10 Anos”, plano de desenvolvimento socioeconômico para 2023-2032, define prioridades baseadas em seis pilares: cadeias produtivas, infraestrutura, cultura e turismo, capital humano, ambiente de negócios e inovação. Apresentado na COP27, o plano reforça o compromisso do estado com a sustentabilidade e a justiça social.
O governador Gladson Cameli destacou a importância da colaboração para atingir os objetivos: “Nosso compromisso é manter o planejamento ambiental em primeiro plano, garantindo que o Acre continue como protagonista em sustentabilidade e desenvolvimento. A união é essencial para alcançarmos nossos objetivos”.
Referência Global em Sustentabilidade
O Acre desponta como um catalisador para a economia verde, liderando negociações climáticas internacionais e consolidando sua relevência no mercado de carbono. A abordagem inovadora do estado evidencia como é possível unir conservação ambiental, desenvolvimento sustentável e crescimento econômico, beneficiando tanto a economia quanto as comunidades locais.
Com resultados concretos e planejamento sólido, o Acre reafirma sua posição como um exemplo global de gestão ambiental e liderança em sustentabilidade.
