Porto Velho amanheceu nesta terça-feira (14) sem transporte coletivo, após uma série de ataques que resultaram no incêndio de ao menos três ônibus. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sitetuperon), criminosos ameaçaram motoristas, cobradores e usuários, gerando clima de insegurança e obrigando os rodoviários a recolherem os veículos.
O prefeito da capital rondoniense, Léo Moraes, solicitou reforço imediato na segurança pública ao governo estadual, visando restabelecer a ordem e garantir a integridade física de trabalhadores e passageiros.
“Solicitamos, com urgência, ações que garantam o aumento do efetivo de agentes e veículos para monitoramento das principais vias e rotas do transporte coletivo, assegurando a proteção da população e dos trabalhadores,” destacou Moraes no ofício enviado ao governador Marcos Rocha e ao secretário estadual de Segurança, Defesa e Cidadania.
Os ataques, segundo autoridades, estão relacionados à reação de facções criminosas à Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, deflagrada no final de dezembro. A operação tem como objetivo combater a criminalidade em Porto Velho, especialmente em áreas onde organizações criminosas têm expulsado moradores para lucrar com o tráfico de drogas e a ocupação ilegal de imóveis.
Na primeira fase da operação, cerca de 70 apartamentos no condomínio Morar Melhor foram lacrados para serem devolvidos a seus proprietários ou à Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas). O comandante do 9º Batalhão, tenente-coronel Ewerson Pontes, destacou que as facções obtêm lucros não apenas com o tráfico de drogas, mas também com roubos e aluguéis ilegais de imóveis.
Os ataques recentes foram intensificados após a morte do cabo Fábio Martins, do Batalhão de Polícia Ambiental, no último domingo (12). Em resposta, a Polícia Militar mobilizou mais de 200 agentes na segunda fase da operação, focada no conjunto habitacional Orgulho do Madeira, onde cerca de 15 mil pessoas residem.
“É uma determinação do governador que ações enérgicas sejam adotadas, e é o que estamos fazendo”, afirmou o coronel Agleydson Cavalcante. A PM instalou bloqueios nas principais vias de acesso ao condomínio e tem realizado buscas nos blocos habitacionais, reforçando a presença do Estado nas áreas mais vulneráveis.
Extensão dos ataques
Além de Porto Velho, atos de vandalismo foram registrados em Mirante da Serra, a cerca de 390 quilômetros da capital. Um ônibus e um caminhão foram incendiados, levantando suspeitas de que os ataques tenham sido premeditados.