O plantio de hortaliças tem sido usado como ferramenta de ressocialização de detentos que cumprem pena na Unidade Penitenciária de Senador Guiomard. O local conta com dois espaços onde são cultivadas uma variedade de plantas no projeto Horta Raízes da Liberdade.
Além de uma ocupação, as atividades produtivas preparam os detentos para o mercado de trabalho, e ainda ajudam a manter a saúde física e mental dos apenados.
São 20 detentos que trabalham dentro da horta, conquistando, assim, o direito à remissão da pena. E segundo o coordenador de produção da Unidade Prisional, Gerdson Oliveira Barros, eles demonstram vontade em trabalhar com o plantio:
“Aqui a gente desenvolve o plantio de alface, pimenta de cheiro, cheiro verde (que é a cebolinha e o coentro), couve, pepino e chicória. É o nosso carro chefe. Cada detento é responsável por uma ala. Tem uns que mexem só com cebola, outros só com coentro, outros com alface, pois quando você designa uma função para cada preso, eles se dedicam mais àquela área. Então, foi uma maneira que a gente achou de deixá-los mais à vontade para trabalhar, ter vontade de mostrar serviço, e, por sinal, além da remissão, eles demonstram que têm vontade de trabalhar aqui porque gostam”.
Aos 62 anos, A.L.M conta que nunca tinha trabalhado com verduras e agora tem planos para continuar com a prática quando sair: “Conheço a produção, eu não conhecia disso daqui, mas quando eu entrei aqui conheci, e já tenho planos lá fora para isso também. Minha família já está querendo mexer com isso”.
O chefe da Divisão de Estabelecimentos Penais de Senador Guiomard, Maycon Mendonça de Mesquita, fala que este tipo de atividade colabora tanto para a saúde física quanto para a mental de cada apenado: “Todos esses presos que trabalham apresentam sintomas de saúde mental bem melhor com relação àqueles que não possuem alguma ocupação. Além disso, essa atividade também colabora para a saúde física”.
Poder voltar às origens por meio do cultivo de hortaliças é uma grande satisfação, é o que conta o detento N.P.A: “Eu achei muito boa essa vinda para a horta, porque voltei à minha origem. Eu não quero mais coisas erradas na minha vida. Eu já tenho um conhecimento, já peguei muita técnica com as pessoas que já trabalhavam aqui, e eu tenho fé em Deus, quando eu sair daqui eu não quero mais errar”.
As atividades na horta iniciam às 7h e finalizam às 17h, com intervalo de duas horas para o almoço dos detentos. As hortaliças plantadas no local são vendidas, e o lucro é utilizado para manter funcionando o projeto na unidade, que é tão importante para a qualidade de vida dos detentos.
Via Secom