21 janeiro 2025

Estudo aponta relação entre consumo excessivo de sal e açúcar adicionado e aumento do risco de câncer de estômago

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Um estudo realizado no Brasil aponta que o consumo excessivo de açúcar adicionado e sal pode aumentar o risco de câncer de estômago, especialmente o adenocarcinoma gástrico. A pesquisa, publicada na revista científica BMC Medicine, destaca como os hábitos alimentares, caracterizados por dietas com alto consumo de carne processada, bebidas com açúcar e fast food, elevam o risco dessa doença.

O estudo identificou que o consumo de açúcares adicionados aos alimentos, um ingrediente comum no processamento de produtos industrializados, contribui entre 7% a 21% para a maior incidência do câncer gástrico. O sal, por sua vez, se mostrou um fator mediador significativo, também associado ao risco, mesmo em dietas tidas como saudáveis, ricas em vegetais e frutas.

Com a participação de 1.751 pessoas de quatro capitais brasileiras – São Paulo, Goiânia (GO), Fortaleza (CE) e Belém (PA) – os pesquisadores usaram uma abordagem inovadora, considerando padrões alimentares regionais. O estudo foi realizado por meio de análise de dados de frequência alimentar com 130 itens, revelando que os hábitos alimentares influenciam diretamente o risco de câncer, apesar das variações culturais em cada região do país.

O câncer gástrico, especialmente o adenocarcinoma, é o sexto mais comum no Brasil e tem altas taxas de mortalidade, com 75% dos pacientes falecendo em até cinco anos após o diagnóstico. O estudo ainda mostra que o sódio, quando consumido em excesso, pode agravar a inflamação na mucosa gástrica e interagir com a bactéria Helicobacter pylori, aumentando o risco de gastrite e complicações que podem levar ao câncer.

A pesquisa, que faz parte de um projeto maior sobre genômica e epidemiologia do adenocarcinoma gástrico no Brasil, sugere que o controle sobre a ingestão de açúcares e sódio, junto com estratégias de educação alimentar, pode ser crucial na prevenção desse tipo de câncer.

Além disso, os cientistas apontam que o Brasil adotou, em 2022, novas regras de rotulagem de alimentos, obrigando a indicação de altos níveis de sódio ou açúcar em produtos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a ingestão de sódio seja inferior a 2 gramas por dia e de açúcar adicionado seja limitada a 10% das calorias diárias, algo que a maioria da população brasileira ultrapassa.

Com essas descobertas, os pesquisadores reforçam a importância da conscientização e mudanças no padrão alimentar, visando a redução do risco de câncer gástrico no país.

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