26 janeiro 2025

Estudo sugere que fósseis dos primeiros dinossauros podem estar na Amazônia e em outras áreas de Gondwana

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Os fósseis dos dinossauros mais antigos a habitar a Terra podem estar ocultos sob a Floresta Amazônica ou em outras regiões da América do Sul e África. Essa conclusão foi apresentada por pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, em um estudo publicado no periódico Current Biology.

Atualmente, os fósseis de dinossauros mais antigos conhecidos têm cerca de 230 milhões de anos e foram encontrados no Brasil, Argentina e Zimbábue. No entanto, as diferenças entre esses fósseis sugerem que os grandes répteis já estavam em evolução muito antes, indicando que sua origem ocorreu milhões de anos antes dos registros disponíveis.

De acordo com o estudo, os primeiros dinossauros surgiram em áreas equatoriais quentes no antigo supercontinente Gondwana, que abrangia territórios que hoje incluem a Amazônia, a Bacia do Congo e o Deserto do Saara. Gondwana, situado ao sul do globo, reunia mais de 80% das terras continentais, incluindo a África, as Américas, a Antártida e parte do Sudeste Asiático.

“O registro fóssil apresenta lacunas consideráveis, e não sabemos ao certo de onde vieram os primeiros dinossauros”, explicou Joel Heath, autor principal do estudo e pesquisador do Museu de História Natural e Ciências da Terra da UCL. Segundo ele, as condições climáticas dessas regiões de baixa latitude em Gondwana, com climas mais quentes e áridos, favoreceram o surgimento dos primeiros dinossauros.

Embora nenhum fóssil tenha sido encontrado até agora nessas áreas específicas, os pesquisadores atribuem isso à inacessibilidade das regiões e à falta de esforços de pesquisa adequados. O estudo incorporou informações sobre registros fósseis, geografia da época e evolução das linhagens de dinossauros e seus parentes mais próximos.

Inicialmente, os dinossauros eram pequenos e pouco numerosos, com outros répteis, como os ancestrais de crocodilos e pterossauros, dominando a fauna. Os primeiros dinossauros, comparáveis em tamanho a uma galinha ou a um cachorro, eram bípedes e onívoros. Eles só se tornaram dominantes após uma grande erupção vulcânica há 200 milhões de anos, que levou à extinção de outros répteis.

Além disso, o estudo apontou diferenças no desenvolvimento dos principais grupos de dinossauros. Os saurópodes permaneceram adaptados a climas quentes, enquanto os terópodes e ornitísquios, mais tarde, desenvolveram a capacidade de gerar calor corporal, o que permitiu que colonizassem regiões frias, incluindo áreas polares.

“Nossos resultados sugerem que os primeiros dinossauros eram bem adaptados a ambientes áridos e quentes, o que explica sua origem nas baixas latitudes de Gondwana”, concluiu Philip Mannion, coautor do estudo e professor de Ciências da Terra na UCL.

Informações via Estadão/MSN.

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