11 janeiro 2025

Ponte do Rio Caeté será reconstruída e obra deve durar 18 meses

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Foto: Figueroa Xavier.

A ponte sobre o Rio Caeté, na BR-364, classificada como risco 1 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), será demolida e substituída por uma nova estrutura. Embora ainda não haja uma data exata para o fechamento, a licitação da obra está prevista para junho deste ano, e a construção deverá levar aproximadamente um ano e meio após seu início.

Enquanto isso, a travessia de veículos e pedestres será realizada por uma balsa que funcionará 24 horas por dia. Também está em estudo a instalação de uma ponte metálica móvel, cedida pelo Exército, para atender carros pequenos.


Estrutura Comprometida

Inaugurada em 2008, a ponte de 210 metros foi construída quando a BR-364 ainda estava sob responsabilidade do governo estadual, por meio do Deracre. Desde então, um dos pilares da estrutura sofreu um deslocamento horizontal de 2,5 metros, agravado por movimentos de terra na região. Recentes vistorias identificaram novas anomalias no talude da margem, levando o DNIT a decretar estado de emergência no último dia 8.

Segundo o superintendente do DNIT no Acre, Ricardo Araújo, a situação será tratada com urgência. “Já identificamos dois platôs e uma fenda sob a ponte, que causaram o deslocamento de um dos pilares. Até o final da próxima semana, a ponte será fechada e um pontilhão será instalado nas duas margens. Além disso, estamos avaliando o uso de uma ponte metálica do Exército para veículos menores. No verão, também poderemos utilizar a balsa como uma ponte provisória”, explicou.


Impactos na Logística e Economia

O fechamento da ponte preocupa moradores, comerciantes e transportadores que dependem da BR-364. A balsa, com capacidade para 300 toneladas, conseguirá transportar apenas um caminhão ou ônibus por vez, o que deve aumentar significativamente o tempo de viagem entre Rio Branco e as cidades do Vale do Juruá. Atualmente, o trajeto de ônibus leva cerca de 12 horas, mas esse prazo deverá ser ampliado devido à nova logística de travessia.

Os caminhoneiros temem que as filas para o embarque na balsa causem atrasos e encareçam os fretes. “Vai ter fila de dia e de noite. Nós vamos pensar duas vezes antes de vir para cá”, afirmou Emílio Souza, caminhoneiro que faz fretes de São Paulo para Cruzeiro do Sul.

O presidente da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, Luís Cunha, espera que a situação seja resolvida rapidamente. “Eles monitoram essa ponte há muito tempo. Agora é hora de agir com responsabilidade e resolver de vez esse problema”, declarou.

Além da logística, os impactos econômicos também preocupam. O aumento no custo dos fretes deverá refletir no preço das mercadorias em municípios como Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e outras cidades da região.

A reconstrução da ponte do Rio Caeté é essencial para garantir a segurança e a fluidez no tráfego da BR-364, mas trará desafios logísticos até sua conclusão.

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