O presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Acre (Idaf), José Francisco Thum, foi formalmente denunciado ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Controladoria Geral do Estado (CGE-AC) por supostos atos de assédio moral contra servidores. As denúncias foram realizadas entre os dias 6 e 14 de janeiro deste ano e estão sendo investigadas pelos órgãos competentes. Thum nega todas as acusações.
De acordo com os relatos, os servidores alegam terem sido vítimas de perseguição, coação e ameaças de transferência para unidades no interior do estado, caso contrariassem o presidente. Um dos denunciantes afirmou ter sofrido assédio moral, o que teria acarretado problemas emocionais e a necessidade de afastamento do trabalho entre 2022 e 2023.
Outro servidor acusou Thum de pressão para que irregularidades encontradas em indústrias fiscalizadas fossem ignoradas, sob ameaça de processos disciplinares e remoções.
O Ministério Público do Trabalho confirmou que quatro denúncias foram recebidas e que um procedimento de investigação foi aberto. A Controladoria Geral do Estado também informou que está analisando o caso, embora detalhes adicionais estejam sob sigilo.
Os servidores descrevem um ambiente de trabalho hostil. Uma funcionária afirmou que foi insultada e ameaçada pelo presidente em mais de uma ocasião. Segundo ela, Thum costuma gritar, intimidar e afirmar que tem “carta branca” para agir no Idaf. Outra funcionária relatou que foi alvo de perseguição após fiscalizar frigoríficos e aplicar sanções por irregularidades. Ela teria sofrido retaliações e ameaças de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por cumprir suas obrigações.
Um servidor com mais de 25 anos de carreira também denunciou perseguição. Ele relatou que foi transferido para outra cidade após discordar de decisões do presidente e que a transferência desconsiderou sua situação familiar, incluindo a necessidade de atendimento especial para seu filho na capital.
Francisco Thum, natural do Rio Grande do Sul e veterinário de carreira, foi nomeado presidente do Idaf em março de 2020. Ele afirmou estar surpreso com as denúncias e disse que sempre buscou manter uma boa relação com os servidores, embora cobre resultados. “Estou tranquilo. Cobro muito trabalho, mas respeitando os direitos de todos. Se acharem que sou um problema, estou disposto a me afastar”, declarou.
O presidente também ressaltou que mudanças de unidades são comuns na administração pública e destacou avanços estruturais e administrativos alcançados durante sua gestão.
O assédio moral é caracterizado por condutas que causam constrangimento, humilhação e prejuízos à dignidade e à integridade dos trabalhadores. Entre as situações que podem configurar assédio estão:
- Gritos, insultos e humilhações públicas;
- Propagação de boatos;
- Perseguições e ameaças;
- Isolamento social da vítima;
- Imposição de tarefas excessivas ou impossíveis.
Casos de assédio moral podem ser denunciados ao setor de Recursos Humanos da instituição, ao sindicato da categoria ou aos Ministérios Público do Trabalho e da Justiça.
A investigação do caso de Francisco Thum segue em andamento, e os órgãos competentes devem se manifestar assim que houver conclusão dos processos.
