A proposta de municipalização dos hospitais do interior do Acre, divulgada no domingo (19), gerou revolta entre os médicos do estado. O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) emitiu uma nota de repúdio nesta segunda-feira (20), demonstrando indignação com a decisão e considerando-a um erro da gestão estadual. O sindicato classifica a ação como uma demonstração de incompetência da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e destaca que a medida foi anunciada sem diálogo com os profissionais e com o Conselho Estadual de Saúde (CES).
A municipalização, segundo os médicos, pode agravar a situação da saúde pública no Acre, uma vez que os municípios não têm a infraestrutura necessária para gerir hospitais de média complexidade. O sindicato afirma que as cidades não têm arrecadação própria e dependem de transferências constitucionais, o que coloca em risco a qualidade do atendimento à população.
Diante da insatisfação, a diretoria do Sindmed-AC se reunirá com advogados e discutirá estratégias de mobilização, com a possibilidade de deflagrar uma greve por tempo indeterminado. O sindicato também expressa preocupação com o impacto da mudança sobre os profissionais da saúde, sugerindo que a medida pode resultar em aumento do assédio moral aos servidores e agravar a falta de recursos, como ocorreu em gestões anteriores de unidades administradas por organizações sociais (Oscips).
A entidade alerta para os perigos de repasses financeiros atrasados e a política de condicionamento do financiamento da saúde, que pode comprometer a compra de insumos e, consequentemente, a assistência necessária à população. O Sindmed-AC exige que o governo do estado reconsidere a decisão e promova um debate amplo sobre o futuro da saúde pública no Acre.