Justiça

Caseiro acusado de matar e enterrar mulher em Senador Guiomard vai a júri popular em março

Suspeito de matar e enterrar mulher no interior do AC tem prisão preventiva decretada — Foto: Reprodução

O caseiro Judney de Andrade Alves, de 34 anos, acusado de matar e enterrar Maria de Jesus Rocha França, de 51 anos, será julgado por homicídio qualificado por feminicídio, ocultação de cadáver e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O júri popular está marcado para o dia 11 de março deste ano, após mais de um ano da denúncia formalizada contra ele.

A decisão da Vara Criminal da Comarca de Senador Guiomard, que pronunciou o suspeito em janeiro de 2025, ocorreu após uma investigação detalhada do crime. A vítima foi encontrada enterrada em uma cova rasa, no Ramal do Jacaré, na zona rural de Senador Guiomard, no Acre, no dia 19 de outubro de 2023. Maria foi brutalmente assassinada com diversos golpes no tórax, abdômen e pescoço, e seu corpo foi jogado em um barranco próximo à casa do acusado.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC), no dia 18 de outubro de 2023, pela manhã, Maria, após uma conversa com Judney, aceitou ir até a casa dele. Lá, ele a atacou com uma faca, desferindo múltiplos golpes. Após cometer o assassinato, o acusado ainda foi à casa de um vizinho tomar café, sem demonstrar remorso. Na parte da tarde, ele ligou para sua irmã, dizendo que havia “matado um homem” e pediu para que ela fosse buscá-lo, mas a irmã não acreditou nele.

Mulher foi morta a facadas e enterrada em cova rasa no interior do Acre — Foto: Arquivo/Bombeiros

No dia seguinte, a irmã do acusado foi até a casa dele e encontrou o corpo de Maria, jogado em um barranco e coberto por folhas de embaúba. Junto com o marido, ela acionou a polícia, que iniciou a investigação.

A promotora Eliane Misae Kinoshita, responsável pela denúncia, destacou que o crime foi cometido de forma sorrateira, o que impediu que a vítima se defendesse. Além disso, o feminicídio foi motivado por razões de gênero, já que Judney e Maria mantinham um relacionamento amoroso, o que agravou ainda mais a violência.

A Polícia Civil também solicitou um laudo pericial para investigar se a vítima foi abusada sexualmente, mas o resultado do exame ainda não foi apresentado no processo.

Judney Alves já possui antecedentes criminais por roubo, violência e grave ameaça. Durante a investigação, ele confessou o crime e alegou que a vítima havia furtado galinhas da propriedade onde morava e trabalhava como caseira. No entanto, a versão apresentada pelo acusado será investigada pela polícia.

No dia 19 de outubro, após receber uma denúncia sobre a morte de uma mulher, os policiais realizaram buscas no local, mas inicialmente não encontraram nada. Porém, mais tarde, informações detalhadas levaram os agentes até a cova rasa onde o corpo estava enterrado, camuflado por folhas. Judney foi encontrado em um bar na localidade, preso em flagrante e levado à delegacia, onde confirmou sua participação no crime.

O caso segue em andamento, com Judney aguardando julgamento por homicídio qualificado e outros crimes.