Com mais de 1,5 mil casos de dengue registrados em janeiro, Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do Acre, decretou situação de emergência em saúde nesta quarta-feira (5). O município, que tem cerca de 98 mil habitantes, viu um aumento alarmante de 948% em relação a janeiro de 2024, quando foram confirmados 143 casos da doença.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Marcelo Siqueira, a medida busca reforçar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti e viabilizar apoio do governo federal. “Apesar das medidas já adotadas, a rápida proliferação do vírus exigiu que tomássemos essa decisão. Com o decreto, podemos solicitar recursos para ampliar nossa estrutura de atendimento e intensificar as ações de prevenção”, explicou ele à Rede Amazônica Acre.
Desde dezembro, a Secretaria de Saúde já monitorava o avanço da dengue na cidade. Em janeiro, a prefeitura deu início a uma força-tarefa, realizando limpeza em bairros com maior risco, desobstrução de igarapés e reforço na rede de atendimento às arboviroses. No entanto, a escalada dos casos levou à necessidade de decretar emergência.
Com o decreto, o município planeja enviar um plano de ação ao Ministério da Saúde para a contratação de agentes de endemias e aquisição de insumos, como medicamentos. “Para se ter uma ideia, a quantidade de dipirona consumida em janeiro foi quase igual ao que costumamos prescrever em quatro meses”, destacou Siqueira.
Os bairros Cruzeirão, Telégrafo, Remanso e Miritizal foram identificados como os mais afetados pela doença. Nessas áreas, a prefeitura intensificou mutirões de limpeza e retirada de entulhos. Ainda assim, o secretário ressaltou que o maior impacto no controle da dengue depende da população. “As ações públicas ajudam a reduzir apenas 30% dos casos. Os outros 70% estão relacionados aos cuidados dentro das casas e quintais”, alertou.
Acre em Situação de Emergência
Antes de Cruzeiro do Sul, Rio Branco também decretou emergência no final de janeiro, após registrar mais de 800 casos da doença em apenas 15 dias. O governo estadual, por sua vez, já havia decretado emergência em saúde pública para todo o Acre no dia 9 de janeiro, devido ao aumento dos casos de dengue e de síndromes respiratórias (SRAGs).
Segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, o Acre teve a segunda maior incidência de casos prováveis de dengue na região Norte em 2024, com média de 841,3 casos para cada 100 mil habitantes. No total, foram 7.409 casos prováveis, dos quais 4.025 foram confirmados e um resultou em óbito.
Sintomas e Prevenção
Os principais sintomas da dengue incluem febre, dor de cabeça, dores abdominais intensas, vômitos persistentes, sonolência, irritabilidade, transpiração excessiva e hemorragias (como sangue no vômito ou nas fezes).
Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, é fundamental:
✅ Esvaziar recipientes que acumulam água, como garrafas PET e vasos de plantas;
✅ Guardar pneus em locais cobertos ou descartá-los corretamente;
✅ Manter caixas d’água tampadas e limpas;
✅ Amarrar bem os sacos de lixo e evitar o acúmulo de resíduos.
Com a situação de emergência decretada, a expectativa é que as ações de combate sejam ampliadas, reduzindo o impacto da doença na população.
Com informações do G1 Acre.