Nem bem a nova administração completou um mês e meio, e já se percebe uma movimentação intensa por parte dos aliados do ex-prefeito Mazinho Serafim para criticar a gestão de Gerlen Diniz. Uma pressa incompreensível, principalmente quando lembramos do estado em que Sena Madureira foi entregue ao novo gestor: uma cidade em frangalhos, resultado de anos de descaso e desgoverno.
É curioso notar que essas mesmas vozes que hoje se levantam com tanta indignação permaneciam em absoluto silêncio até pouco tempo atrás. Quando Mazinho Serafim comandava a cidade, não se viam essas mesmas pessoas reclamando da lama no bairro da Vitória, que ficou abandonado durante quase oito anos. Não se viam críticas à falta de infraestrutura, ao caos na saúde e à desorganização da administração pública. Pelo contrário, muitos desses que hoje se dizem preocupados estavam, na verdade, ocupados demais colhendo benefícios, vantagens e favores financeiros que a antiga gestão distribuía a seus aliados.
Outro ponto que precisa ser ressaltado é que Gerlen Diniz, desde que assumiu, tem enfrentado dificuldades justamente por conta do que recebeu: um município sucateado, contas desequilibradas e um passivo administrativo gigantesco. Mesmo assim, já demonstrou compromisso ao enviar à Câmara Municipal uma proposta para vetar o aumento dos próprios salários, um reajuste sancionado por Mazinho Serafim antes de deixar o cargo. Uma medida que visava a moralidade e a responsabilidade com os cofres públicos, mas que, curiosamente, encontrou resistência de alguns vereadores, incluindo Ivoneide Bernardino, Carlos Beliza, Menandro e Real, que votaram contra.
Diante disso, surge a pergunta: por que tanta pressa em criticar um governo que mal começou, enquanto a administração anterior teve oito anos para mostrar a que veio e falhou miseravelmente? Será que a real motivação dessas críticas não está na perda de privilégios e benefícios que antes eram garantidos?
O povo de Sena Madureira merece uma análise justa dos fatos. Cobramos, sim, um bom governo de Gerlen Diniz, mas com a devida consciência de que reconstruir uma cidade devastada leva tempo. O que não podemos aceitar é a hipocrisia de quem ficou calado diante de anos de abandono e agora, com pouco mais de um mês e meio, quer cobrar soluções imediatas para problemas que foram ignorados por tanto tempo.
É preciso que a população esteja atenta a esses movimentos. O jogo político não pode estar acima dos interesses da cidade e do bem-estar de quem realmente precisa de melhorias. Gerlen Diniz tem um longo caminho pela frente, e cabe a todos nós fiscalizar sua gestão com seriedade, mas sem oportunismos daqueles que, até outro dia, fingiam que tudo estava bem enquanto recebiam suas vantagens.
