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Estudo alerta: Ártico pode perder sua identidade até 2100 com impactos devastadores

Um estudo recentemente publicado na revista Science alerta para um futuro alarmante para o Ártico, um dos ecossistemas mais sensíveis às mudanças climáticas. De acordo com a pesquisa, até o final do século XXI, a região pode passar por transformações drásticas, tornando-se irreconhecível, mesmo que os países mantenham seus compromissos atuais de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Os cientistas estimam que, até 2100, a temperatura global pode aumentar 2,7°C, impactando severamente o Ártico. Esse aquecimento acelerado levará ao derretimento do gelo, ameaçando ecossistemas, comunidades locais e a infraestrutura da região.

Consequências da mudança climática no Ártico

Se as projeções se concretizarem, o Oceano Ártico poderá perder completamente sua camada de gelo durante o verão, um fenômeno sem precedentes na história moderna. Além disso, a Groenlândia pode experimentar um derretimento quatro vezes maior do que o registrado antes da industrialização, contribuindo para o aumento do nível do mar e ameaçando cidades costeiras em todo o mundo.

Os impactos incluem:

  • Aumento significativo das temperaturas na região, alterando padrões climáticos e ecossistemas;
  • Derretimento do gelo marinho durante vários meses no verão, alterando a vida marinha e ameaçando espécies como ursos polares, focas e baleias beluga;
  • Elevação do nível do mar, prejudicando comunidades costeiras e ecossistemas marinhos;
  • Degelo do permafrost, afetando infraestruturas e aumentando riscos de desastres naturais.

Impacto global e alterações climáticas extremas

O estudo revela que o aquecimento acelerado do Ártico também influencia padrões climáticos globais. O derretimento do gelo altera a circulação atmosférica, podendo intensificar eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e inundações.

“As mudanças no Ártico afetam todo o planeta, pois alteram a forma como o calor é distribuído na atmosfera”, explica Julienne Stroeve, cientista sênior do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA e autora do estudo.

O futuro da região e a necessidade de ação imediata

Pesquisadores destacam que ainda há tempo para mitigar os efeitos dessas mudanças, mas ações rápidas e eficazes são necessárias. A redução drástica das emissões de gases de efeito estufa é essencial para evitar um colapso ambiental no Ártico e em outras partes do mundo.

“A cada tonelada de CO2 emitida, o Ártico perde cerca de 3 metros quadrados de gelo no verão”, alerta Dirk Notz, cientista climático da Universidade de Hamburgo. “Se não reduzirmos rapidamente as emissões, veremos um oceano Ártico completamente sem gelo no verão nas próximas décadas.”

O estudo reforça a importância de medidas globais para combater as mudanças climáticas e proteger um dos ecossistemas mais vulneráveis do planeta. Caso as emissões de gases de efeito estufa continuem no ritmo atual, os impactos poderão ser irreversíveis para o Ártico e para a vida no planeta.