O racha entre o governador Gladson Cameli (PP) e o senador Alan Rick (União Brasil) resultou em novas exonerações dentro do governo estadual. Além da demissão de Mirla Miranda, irmã do parlamentar, a mãe de Alan, Maria Gorete Costa de Moraes da Silva, também foi retirada do cargo que ocupava no Grupo de Chefia, Assistência e Assessoramento na Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri). Ela recebia um salário de R$ 8.665,28. As mudanças foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial na noite desta quarta-feira (5).
As exonerações ocorreram poucas horas depois de a vice-governadora Mailza Assis (PP) anunciar, em visita à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), sua pré-candidatura ao governo do estado em 2026. A decisão de Gladson Cameli atinge especialmente aliados e indicados de Alan Rick, que também é pré-candidato ao governo.
Entre os nomes exonerados estão a ex-presidente da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), Iucara Andrade da Costa Souza, e Mirla Moraes Miranda Mariano, que ocupava o cargo de diretora de Planejamento da Funtac. Outro atingido foi Jairo Cassiano Barbosa, coordenador político de Alan Rick e amigo pessoal do senador, que perdeu seu cargo no Grupo de Direção e Assessoramento Especial (DAE).
Paralelamente às exonerações, Gladson Cameli nomeou João Paulo Bittar, filho do senador Márcio Bittar (União Brasil), para a presidência da Funtac. A nomeação é vista como um movimento estratégico para fortalecer a aliança com o grupo de Bittar, marcando sua reinserção no governo após o rompimento ocorrido em 2022. Naquele ano, Márcio Bittar viu sua então esposa, Márcia Bittar, ser preterida para a vaga de vice na chapa de Cameli, que optou por Mailza Assis.
As recentes exonerações e a nomeação de João Paulo Bittar reforçam os indícios de que Cameli está alinhando sua base política para apoiar Mailza Assis em 2026, em oposição à candidatura de Alan Rick, que atualmente lidera as pesquisas eleitorais para a sucessão estadual.