10 março 2025

A Banalidade do Mal e como isso afeta a Geração Atual

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Por: Cildo Ícaro, estudante de Licenciatura em Teatro

Ultimamente tem se notado um grande volume de discursos de ódio não só
propagados por pessoas nas redes sociais, mas também por líderes mundiais,
influenciadores. Quando começou esse retrocesso histórico que agora ganha ainda
mais força?

O que é o termo ‘’Banalidade do Mal?’’

A Banalidade do Mal foi um termo criado por Hannah Arendt para descrever como
‘’pessoas comuns’’ podem cometer atrocidades e seguir em frente como se nada
tivesse acontecido. Isso acontece quando o mal – ou, em outras palavras, crueldade –
é normalizada e justificada, sem que o indivíduo questione as suas ações.

O termo surgiu após Arendt observar o julgamento de Adolf Eichmann, um oficial
nazista responsável por organizar a logística do Holocausto, em Jerusalém. Eichmann
não demonstrava remorso nem emoções ao cometer seus crimes; ele se via apenas
como alguém cumprindo ordens e seguindo a burocracia.

A Banalidade do mal se tornou recorrente nos tempos atuais, as pessoas
normalizaram o discurso de ódio na internet, distribuindo tais discursos em grupos de
minorias – atingindo mulheres, pessoas LGBT, negros e imigrantes – e têm se
intensificado de forma preocupante nos últimos tempos. Essas falas se tornaram parte
de uma ‘norma social’ entre certos grupos extremistas, isso representa um grande
perigo, pois as pessoas começam a aceitar o inaceitável.

Trump e o Fascismo

Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, demonstrou veementemente
ideias autoritárias, com retóricas e políticas que despertam comparações com o
fascismo.

“Imigrantes envenenam o Sangue do País”, frase dita por Trump, intensifica um
discurso fascista e sem nenhum escrúpulo. Qualquer pessoa com um mínimo de
discernimento consegue identificar que tal frase é completamente racista e
xenofóbica. Quando esse tipo de declaração é aceita ou ignorada por muitos, reforça
ainda mais que, atualmente, a crueldade é tratada como algo ‘aceitável’. As
consequências desse tipo de fala são perigosas, pois normaliza o ódio e a intolerância,
colocando em risco a dignidade de imigrantes ou outros grupos vulneráveis.

Trump também se opõe a políticas de diversidade e inclusão, rejeitando medidas que
promovem a igualdade racial e de gênero. Enfatizando ainda mais a narrativa de um
governo fascista e autoritário, legalizando milícias e adotando posturas hostis contra
minorias. E ainda assim, diante de tantas falas hediondas, seus apoiadores o
idolatram.

Elon Musk, em seu discurso na posse de Trump, faz uma saudação claramente
nazista, e ainda sim, é normalizado e defendido como “saudação romana”, só que
sem fundamento nenhum. Tal gesto tão repugnante nunca deveria ser tratado como
algo trivial ou aceitável, o retrocesso histórico fica cada vez mais evidente.

Bolsonaro e a Falta de Responsabilidade

Assim como os EUA, o Brasil também teve, por quatro anos, um presidente que usou
discursos de ódio e retóricas autoritárias para atacar diferentes minorias e se
promover; Jair Bolsonaro é um grande exemplo sobre a Banalidade do Mal, pois seus
apoiadores normalizaram a propagação de informações falsas, o movimento Anti
Vacina – que foi muito recorrente durante a Pandemia de Covid-19 – e discursos de
ódio contra aqueles que pensavam diferente.

“Não sou coveiro” disse Bolsonaro ao ser questionado sobre mortos por COVID,
minimizando a dor das vítimas e suas famílias. Bolsonaro não só demonstrou
insensibilidade, irresponsabilidade e falta de empatia, mas também normalizou a
indiferença a uma crise sanitária que devastou milhares de vidas, e tal fala foi
amplamente reverenciada e aceita pelos seus apoiadores, e é aí que o perigo se
encontra.

A Banalidade do Mal afeta a geração Atual

Uma onda crescente de jovens conservadores vem se intensificando a cada dia nas
redes sociais, destilando ódio e, em seguida, tratando essa atitude como se fossem
algo normal. A Banalidade do Mal está tão presente na geração atual que virou algo
‘comum’, quando na realidade, deveria ser tratado como alarmante.
Para jovens que estão lendo esse texto, a geração atual realmente é o futuro de tudo?
Tendo em vista todo o conservadorismo e discurso de ódio, é um pouco difícil
acreditar que é o futuro

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