A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de um grave episódio de violência política de gênero. Durante um evento da Fecomércio no Amazonas, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou ter sentido vontade de “enforcá-la” enquanto ela participava da CPI das ONGs. A declaração gerou forte repercussão e indignação, sendo amplamente repudiada por parlamentares e figuras públicas.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se manifestou na quarta-feira (19) em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministra” sobre a polêmica fala do senador Plínio Valério (PSDB-AM). Durante um evento da Fecomércio-AM, o parlamentar declarou que era difícil “tolerar” ouvir Marina por mais de seis horas sem “enforcá-la”, gerando forte repercussão e críticas.
Na entrevista, Marina rebateu a declaração com firmeza: “Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaças, de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso”, afirmou.
A ministra também destacou a questão da violência política de gênero, ressaltando que dificilmente esse tipo de comentário seria feito se o debate fosse com um homem. “É dito porque é com uma mulher, uma mulher preta, uma mulher de origem humilde e uma mulher que tem uma agenda que, em muitos momentos, confronta os interesses de alguns. No meu entendimento, isso deveria ficar apenas no espaço de divergência política e não no incentivo à violência”, completou.
O caso reforça a necessidade de combater a misoginia na política e garantir um ambiente seguro e respeitoso para as mulheres em cargos de liderança. A violência política de gênero tem se tornado uma barreira à participação feminina na vida pública, com ataques que ultrapassam o debate de ideias e assumem um caráter intimidador e misógino.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostram que 37,5% das mulheres brasileiras, o equivalente a 21,4 milhões de pessoas, sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses, o maior índice desde 2017. Em 2024, a cada 24 horas, 13 mulheres foram vítimas de violência, totalizando 4.181 casos registrados — um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior.
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