O ex-prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim, confirmou sua candidatura ao cargo de deputado federal pelo Podemos para as eleições de 2026. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (26) pela presidente nacional do partido, deputada Renata Abreu, em Brasília, marcando a entrada de um novo nome na disputa pelas oito vagas do Acre na Câmara dos Deputados.
A decisão de Mazinho de concorrer ao Congresso Nacional ocorre em um cenário político peculiar no Acre. Nas últimas eleições presidenciais de 2022, o estado demonstrou forte inclinação ao bolsonarismo, com Jair Bolsonaro obtendo expressivos 67,36% dos votos válidos no segundo turno. Esse contexto levanta questionamentos sobre como o eleitorado acreano, majoritariamente conservador, irá absorver a candidatura de Mazinho e, principalmente, o alinhamento tanto dele quanto de sua esposa, a deputada federal Meire Serafim (União Brasil), com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de pertencerem a partidos distintos – Mazinho no Podemos e Meire Serafim no União Brasil – o casal demonstra sintonia política em relação à gestão federal. Mazinho Serafim, inclusive, compartilhou uma foto de um encontro produtivo em Brasília com o ministro Eliseu Padilha, um importante articulador do governo Lula, o que sugere uma aproximação e possível apoio à administração petista.
Essa postura de alinhamento com o governo federal por parte de um ex-prefeito e de uma deputada federal do Acre, estado onde o bolsonarismo ainda possui forte influência, certamente será um ponto central de debate nas próximas eleições. Os eleitores acreanos terão que ponderar se a busca por recursos e apoio para o estado, facilitada por uma boa relação com o governo federal, sobrepujará as preferências ideológicas expressas no último pleito presidencial.
A deputada federal Meire Serafim, que obteve uma votação expressiva em 2022 e também buscará a reeleição em 2026 pelo União Brasil, tem integrado a base de apoio ao governo Lula na Câmara dos Deputados em diversas votações. Essa atuação, embora possa facilitar a obtenção de emendas e projetos para o Acre, poderá gerar críticas e resistência por parte do eleitorado mais conservador, que representou uma parcela significativa dos seus eleitores.
A confirmação das duas candidaturas, de marido e mulher por partidos diferentes, sinaliza uma estratégia do casal Serafim para ampliar sua influência política no cenário federal, buscando votos em diferentes espectros do eleitorado, mesmo diante do desafio de navegar em um estado com forte identidade bolsonarista e a demonstração de alinhamento com o atual governo. O cenário político acreano para 2026 promete ser dinâmico e cheio de nuances.
