
O estado de São Paulo registrou o primeiro caso da nova variante da Mpox, chamada clado 1b, no Brasil. A paciente é uma mulher de 29 anos, residente da Região Metropolitana de São Paulo, que apresenta boa evolução e deve receber alta na próxima semana.
Embora não tenha viajado para regiões com surto da infecção, a paciente teria tido contato recente com pessoas vindas da República Democrática do Congo, seu país de origem. No entanto, o caminho exato da transmissão ainda está sob investigação pelas autoridades de vigilância sanitária.
Segundo o diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Luiz Carlos Pereira Júnior, os exames confirmaram que a infecção da paciente foi causada pela cepa que originou um surto persistente no Congo e se espalhou para países vizinhos. Apesar disso, o especialista reforça que não há motivo para alarde, pois a doença tem baixa letalidade e não há indícios de transmissão acelerada no Brasil.
— Esse não é um momento de preocupação. Em diversos países, houve vigilância e bloqueio da transmissão, impedindo que o clado 1b se estabelecesse fora do Congo. Nossa vigilância sanitária é experiente e está monitorando o caso de perto — afirmou o especialista.
Inicialmente, a paciente procurou outro serviço de saúde e recebeu alta sob recomendação de isolamento de três semanas. No entanto, devido ao desconforto causado pelas lesões, ela foi encaminhada ao Instituto Emílio Ribas. Os especialistas acreditam que seu comportamento fora do ambiente hospitalar não representa risco significativo de disseminação, pois a Mpox exige contato íntimo, incluindo exposição direta às lesões ou compartilhamento de roupas de cama.
Desde 2022, o Brasil monitora casos de Mpox, mas, até então, a cepa predominante no país era o clado 2. No estado de São Paulo, apenas em 2024, foram registrados 1.126 casos sem nenhuma morte.
Sintomas da Mpox
Os principais sintomas da Mpox incluem:
- Febre
- Dores musculares
- Cansaço
- Linfonodos inchados
- Erupções cutâneas (lesões semelhantes a bolhas), que começam no rosto e se espalham para o corpo, incluindo mãos, pés e genitais
Os sintomas costumam surgir entre 6 e 13 dias após a infecção, podendo levar até três semanas para aparecer. Em casos leves, a doença desaparece espontaneamente dentro de duas a três semanas.
Formas de Transmissão
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Mpox pode ser transmitida por:
- Contato direto com pessoas infectadas
- Contato com materiais contaminados
- Contato com animais infectados
Desde 2022, o vírus tem se disseminado globalmente, principalmente por meio de relações sexuais e outros contatos físicos próximos. A OMS alerta que, na República Democrática do Congo, a transmissão comunitária sustentada tem sido impulsionada pelo contato sexual e outras formas de interação física prolongada.
As autoridades de saúde recomendam que pessoas com sintomas compatíveis procurem uma Unidade Básica de Saúde para testagem e tratamento. Medidas de prevenção incluem evitar contato próximo com indivíduos infectados, manter a higiene das mãos e não compartilhar objetos pessoais.