
Há exatamente um ano, no dia 18 de março de 2024, um trágico acidente aéreo chocou a cidade de Manoel Urbano, no interior do Acre. Sete pessoas estavam a bordo de um avião modelo Cessna Skylane 182, que decolou rumo a Santa Rosa do Purus, mas caiu pouco após a decolagem em uma área de difícil acesso. Quatro pessoas morreram, incluindo o piloto Valdir Roney Mendes, de 59 anos, e o comerciante Sidney Hoyle, de 73 anos.
Passado um ano da tragédia, as investigações ainda não esclareceram as causas do acidente. O caso segue sob apuração do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
O que aconteceu?
A aeronave, que tinha capacidade para transportar no máximo quatro pessoas, levava sete a bordo – seis passageiros e o piloto. Além disso, o avião não tinha autorização para atuar como táxi aéreo.
De acordo com informações do governo do Acre, a queda ocorreu cerca de 1 quilômetro após a decolagem da pista de Manoel Urbano.
Quem são as vítimas?
Das sete pessoas que estavam no avião, quatro morreram:
- Sidney Estuardo Hoyle Vega, 73 anos – empresário peruano, morreu no local da queda. Ele havia viajado a Manoel Urbano para o casamento da filha.
- Suanne Camelo, 30 anos – comerciante, teve mais de 90% do corpo queimado e faleceu nove dias depois.
- Amélia Cristina Rocha, 28 anos – biomédica, foi transferida para o Centro de Tratamento de Queimados de Manaus com mais de 70% do corpo queimado. Morreu em 24 de março, mais de dois meses após o acidente.
- Valdir Roney Mendes, 59 anos – piloto do avião, ficou internado por mais de três meses na UTI em Manaus e faleceu em 12 de julho. Ele tinha mais de 30 anos de experiência na aviação.
Quem sobreviveu?
Três passageiros conseguiram sobreviver ao acidente, incluindo uma menor de idade:
- Mateus Jeferson Fontes – noivo de Suanne, sobreviveu após pular do avião antes da queda. Recebeu alta médica em 4 de abril de 2024.
- Bruno Fernando dos Santos – dentista e marido de Amélia, recebeu alta em 25 de março. Meses depois, homenageou a esposa com uma tatuagem.
- Deonicilia Salomão Kalisto Kaxinawá – estudante indígena, sofreu ferimentos leves e recebeu alta do hospital de Manoel Urbano no dia 25 de março.
Irregularidades na aeronave
O avião de prefixo PT-JUN estava registrado para serviço aéreo privado, mas não poderia operar como táxi aéreo. Além disso, o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) estava vencido desde 1º de junho de 2019.
O serviço de táxi aéreo é essencial para cidades isoladas como Santa Rosa do Purus, onde os principais meios de acesso são barcos ou aeronaves. No entanto, a aeronave envolvida na tragédia também ultrapassava o limite de carga seguro para a decolagem, que era de 1.338 kg.
Investigação segue sem conclusão
Apesar das evidências de irregularidades, ainda não há um laudo conclusivo sobre as causas do acidente. O Cenipa continua com as apurações para entender os fatores que levaram à queda do avião e se houve falhas mecânicas, sobrepeso ou erro humano.
Familiares das vítimas seguem em busca de respostas e esperam que a investigação traga esclarecimentos sobre a tragédia que marcou Manoel Urbano há um ano.