O Acre se destaca como o segundo estado brasileiro com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres, segundo a terceira edição do Painel do Relatório de Transparência Salarial, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego na última segunda-feira (7).
De acordo com o levantamento, o Acre apresenta uma diferença salarial de 9,86% entre os gêneros, ficando atrás apenas de Pernambuco (9,14%). Na sequência aparecem o Distrito Federal (9,97%), Piauí (10,04%), Ceará (10,21%) e Alagoas (11,08%).
Os dados têm como base as informações repassadas pelas empresas por meio do sistema eSocial em 2023, considerando tanto a remuneração média quanto o salário contratual mediano. No Acre, a remuneração média das mulheres é de R$ 2.214,05, enquanto a dos homens é de R$ 2.456,24. Já no salário mediano, as mulheres recebem R$ 1.460 e os homens, R$ 1.548,26 — diferença de cerca de 10%.
Avanços na equidade salarial
A partir de dados da Pnad Contínua, o Centro de Liderança Pública (CLP) também classificou o Acre entre os estados com maior equilíbrio de gênero na remuneração pública estadual. O estado conquistou a terceira melhor colocação no ranking nacional, com uma nota de 95,64.
Segundo a Pnad, no quarto trimestre de 2024, a média salarial dos homens no estado era de R$ 2.703, enquanto a das mulheres era de R$ 2.386 — ou seja, elas recebiam o equivalente a 88% do valor pago aos homens.
O objetivo desse indicador é medir a proximidade dos salários entre os gêneros. Quanto menor a diferença, melhor a posição do estado na avaliação.
Políticas públicas e ações de impacto
A secretária de Estado da Mulher, Márdhia El-Shawwa Pereira, atribui os bons resultados às políticas públicas voltadas à promoção da equidade de gênero, que foram intensificadas com a criação da secretaria. Ela destaca o Programa Impacta Mulher como uma das iniciativas que vêm contribuindo para mudar a realidade econômica de muitas mulheres no estado.
“A atuação do governo reflete diretamente nesses números. O Impacta Mulher, por exemplo, oferece formação profissionalizante para ampliar o acesso das mulheres ao mercado de trabalho. Só em 2024, o programa contou com mais de R$ 600 mil em investimentos, alcançando 13 municípios. Este ano, chegará aos 22, com 1.587 vagas disponíveis”, afirmou Márdhia.
A gestora também reforçou que a qualificação profissional é uma ferramenta importante para a autonomia feminina e para o rompimento do ciclo da violência, muitas vezes relacionado à dependência financeira.
Compromisso com a igualdade
O governador Gladson Cameli celebrou os dados, destacando o compromisso da gestão com a equidade de gênero. Ele ressaltou que a distribuição de cargos de confiança tem levado em consideração a competência, independentemente do gênero.
“Temos homens e mulheres tecnicamente qualificados e que merecem espaço. Buscamos reduzir as diferenças e criar oportunidades iguais. Esses indicadores mostram que estamos no caminho certo. Ainda há desafios, mas é possível comemorar os avanços que já alcançamos”, declarou o governador.
Segundo ele, o Acre já foi reconhecido como um dos estados com maior número de mulheres em cargos de liderança no setor público, e agora os dados salariais confirmam o avanço rumo a uma sociedade mais justa e igualitária.