3 maio 2025

Acre está entre os estados com maior risco para Síndrome Respiratória Aguda Grave, aponta Fiocruz

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O Acre entrou para a lista dos estados com maior risco de avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme divulgado no mais recente boletim do InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A análise, que monitora a evolução de doenças respiratórias no Brasil, alerta para uma tendência de crescimento nos casos graves, com impacto principalmente entre crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades. O estado está dentro do chamado “nível de alerta”, categoria usada quando há risco iminente de sobrecarga nos serviços de saúde.

A Síndrome Respiratória Aguda Grave é caracterizada por sintomas como febre, tosse, dificuldade para respirar e queda na saturação de oxigênio. Em muitos casos, ela é provocada por vírus como a Influenza (gripe), o vírus sincicial respiratório (VSR) e o próprio coronavírus (SARS-CoV-2), ainda em circulação mesmo após o fim da fase aguda da pandemia. No Acre, as internações por SRAG têm aumentado especialmente entre crianças de até quatro anos de idade, o que levanta um alerta para pais e responsáveis quanto à importância da vacinação e da busca por atendimento precoce.

A Fiocruz destaca que a baixa cobertura vacinal contra a gripe e a Covid-19 contribui diretamente para o cenário atual. O Acre, assim como outros estados da Região Norte, enfrenta desafios históricos na logística de vacinação e na adesão da população às campanhas preventivas. Diante disso, as autoridades de saúde reforçam a orientação para que os grupos prioritários — crianças, idosos, gestantes, puérperas, imunossuprimidos e profissionais da saúde e educação — atualizem suas cadernetas de vacinação o quanto antes.

Outro fator de preocupação apontado no boletim é a mudança climática e o aumento de partículas poluentes no ar, que agravam os quadros respiratórios. Nas últimas semanas, o Acre tem registrado dias mais secos, com variações bruscas de temperatura, o que favorece a circulação de vírus respiratórios. Além disso, muitas pessoas ainda não adotaram medidas simples, como o uso de máscara em ambientes fechados ou o afastamento de locais públicos quando apresentam sintomas gripais — práticas que, embora não obrigatórias, continuam sendo recomendadas para proteger os mais vulneráveis.

As unidades de saúde do estado já estão em estado de alerta e têm reforçado o atendimento nas unidades básicas e nos hospitais de referência. Profissionais da área relatam aumento na procura por atendimentos de urgência relacionados a complicações respiratórias. Casos graves podem evoluir rapidamente para a necessidade de internação em unidades de terapia intensiva (UTIs), o que pressiona ainda mais o sistema de saúde estadual.

O Ministério da Saúde também acompanha de perto o avanço da SRAG nos estados da Região Norte e já anunciou medidas de reforço à campanha de vacinação contra a gripe, que seguirá até o fim de maio. A população pode se vacinar gratuitamente nas unidades de saúde de todo o estado. A recomendação é clara: não espere os sintomas aparecerem para agir. A prevenção, neste caso, é o melhor caminho.

Diante do cenário, a Fiocruz recomenda à população que mantenha atenção redobrada com a higiene das mãos, evite aglomerações em locais fechados e procure atendimento médico imediato ao surgimento dos primeiros sintomas de gripe ou dificuldade respiratória. O Acre, por estar em uma zona de risco elevado, precisa reforçar os cuidados para evitar o agravamento do quadro e a perda de vidas que poderiam ser poupadas com ações simples e eficazes.

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