13 maio 2025

Acre lança projeto de telemedicina para monitorar gestantes em áreas remotas

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Foto: Luan Martins/Sesacre

O Estado do Acre deu início a um importante avanço na atenção à saúde materno-infantil com a implantação de um projeto de telemedicina que permitirá o acompanhamento de gestantes em áreas de difícil acesso. Com a nova estratégia, profissionais da saúde poderão monitorar gestantes de alto risco em tempo real, utilizando recursos tecnológicos, mesmo em comunidades isoladas onde o acesso aos serviços de saúde especializados é limitado.

A ação representa um passo significativo no enfrentamento de um dos maiores desafios da saúde pública no estado: a mortalidade materna e neonatal. A geografia do Acre, marcada por grandes distâncias, rios e áreas de floresta, impõe barreiras logísticas que dificultam o acesso das gestantes ao pré-natal adequado. Muitas mulheres enfrentam dias de viagem para chegar até um hospital, o que agrava os riscos associados à gravidez.

Por meio da telemedicina, essas barreiras serão minimizadas em massa. O projeto permite a comunicação direta entre profissionais da atenção básica, localizados nos municípios e comunidades, e equipes médicas especializadas em locais mais estruturados. Isso garantirá um acompanhamento contínuo das gestantes, com avaliações clínicas, orientações e encaminhamentos realizados de forma remota, mas com a mesma responsabilidade e precisão que um atendimento presencial.
O projeto foca especialmente em gestantes classificadas como de alto risco — aquelas que apresentam condições médicas pré-existentes, gestações múltiplas, histórico de complicações em partos anteriores ou fatores socioeconômicos que impactam diretamente a saúde durante a gestação. Essas mulheres agora passam a ser acompanhadas com mais regularidade, tendo seus dados atualizados em tempo real e analisados por especialistas.

Outro ponto de destaque da iniciativa é a integração entre diferentes níveis do sistema de saúde. O projeto não apenas conecta médicos e pacientes, mas também fortalece o trabalho das equipes locais, que passam a ter apoio técnico contínuo. Profissionais da atenção primária poderão discutir casos clínicos com especialistas, tirar dúvidas e receber capacitação, o que eleva a qualidade geral do atendimento.

Essa troca de conhecimentos entre os profissionais também é vista como essencial para garantir a resolutividade dos serviços nas comunidades. Em vez de depender exclusivamente do encaminhamento para grandes centros urbanos, muitos casos poderão ser resolvidos com base na orientação técnica recebida por meio da telemedicina. Isso reduz o número de deslocamentos, os custos para o sistema e o sofrimento das pacientes.

Além disso, o acompanhamento mais próximo e sistemático favorece o diagnóstico precoce de complicações, o que permite intervenções mais rápidas e eficientes. Essa abordagem preventiva contribui também para diminuir a necessidade de atendimentos de urgência, internações em UTI e partos prematuros, que representam riscos elevados tanto para a mãe quanto para o bebê.

O projeto também valoriza a humanização do atendimento, um princípio que vem ganhando cada vez mais espaço na saúde pública. A escuta ativa, o cuidado contínuo e o respeito às especificidades das gestantes fazem parte do novo modelo de atenção adotado. Mesmo com o uso de tecnologia, o contato frequente e o vínculo com as equipes de saúde permitem que as mulheres se sintam acolhidas e seguras durante toda a gestação.

Para o Acre, a iniciativa representa não apenas um avanço tecnológico, mas também uma resposta concreta às desigualdades no acesso à saúde. Ao alcançar comunidades onde antes a presença do Estado era limitada, o projeto reafirma o compromisso com uma saúde mais justa, inclusiva e eficaz.

A expectativa é de que o modelo de telemonitoramento se expanda para outras áreas além da saúde pública, beneficiando diferentes grupos vulneráveis. No caso das gestantes, a telemedicina surge como uma aliada indispensável para assegurar o direito de toda mulher a uma gravidez e um parto seguros, independentemente de onde quer que ela viva.

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