2 maio 2025

Casos de Síndrome Respiratória disparam no Acre e colocam sistema de saúde em alerta

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
Foto: Odair Leal/Sesacre

O Acre vive um momento de alerta sanitário diante do crescimento acelerado dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 2025. Segundo dados recentes do boletim da Secretaria de Saúde, apenas em Rio Branco foram registradas 211 internações por SRAG até a 12ª semana epidemiológica do ano, sendo mais de 55% dos casos concentrados em crianças menores de dois anos e idosos acima dos 60 anos.

A situação é particularmente preocupante devido à pressão que esse aumento coloca sobre o sistema público de saúde, já que os quadros de SRAG exigem acompanhamento intensivo, incluindo internações em unidades semi-intensivas ou de terapia intensiva (UTIs).

Causas e agentes infecciosos

De acordo com análises da Fiocruz, os principais vírus circulantes responsáveis pela elevação nos casos são:

  • Vírus Sincicial Respiratório (VSR) — maior responsável por quadros graves em bebês;

  • Influenza A (H1N1) — afeta especialmente idosos e pessoas com comorbidades;

  • Rinovírus — presente em infecções respiratórias agudas, principalmente em crianças.

A circulação simultânea desses vírus, somada ao período de transição climática (chuvas e baixa umidade), cria um ambiente favorável para o avanço das infecções respiratórias.

Perfil dos pacientes

O levantamento mostra que:

  • 60 dos pacientes internados têm menos de 2 anos;

  • 57 têm mais de 60 anos;

  • A maior parte das internações vem da zona urbana de Rio Branco, mas há notificações em todo o estado.

Muitos dos pacientes chegaram às unidades de saúde em estado grave, com sintomas como febre persistente, tosse intensa, dificuldade para respirar e baixa oxigenação no sangue.

Prevenção e cuidados essenciais

A Secretaria de Saúde e profissionais da área reforçam orientações para conter o avanço dos casos. Veja as principais recomendações:

  • Vacinação: manter em dia as vacinas contra gripe e Covid-19, especialmente em grupos vulneráveis.

  • Higiene das mãos: lavar com frequência com água e sabão ou usar álcool em gel.

  • Evitar aglomerações: especialmente em locais fechados e mal ventilados.

  • Uso de máscaras: recomendado em locais com grande circulação de pessoas ou quando houver sintomas respiratórios.

  • Atenção aos sintomas: procurar atendimento médico imediato ao apresentar sinais de agravamento respiratório.

O que dizem os especialistas

A infectologista Dra. Helena Matos destaca que “a SRAG não é apenas uma gripe forte. Ela pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória, principalmente em pacientes frágeis, e exige cuidado redobrado”.

Já o pediatra Dr. Eduardo Pinho alerta que “muitos pais confundem os primeiros sinais com resfriados comuns. Isso atrasa o diagnóstico e pode piorar o quadro da criança”.

Medidas de contenção

Em resposta ao avanço dos casos, o governo do estado anunciou a intensificação de campanhas de vacinação e reforço nas unidades básicas de saúde, incluindo ampliação no número de atendimentos pediátricos.

Veja Mais