Durante uma revista de rotina realizada nesta segunda-feira (22), agentes penitenciários localizaram celulares, carregadores e fones de ouvido escondidos dentro de celas do presídio Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul. O caso evidencia mais uma vez a fragilidade no controle de entrada de objetos proibidos dentro das unidades prisionais do estado.
Os materiais estavam acondicionados de forma improvisada em compartimentos ocultos nas paredes e pertences pessoais dos presos. Apesar de ações constantes, esse tipo de apreensão tem se tornado frequente, apontando para uma falha estrutural no sistema penitenciário.
De acordo com a direção do presídio, a entrada dos itens pode ter sido facilitada por visitantes ou até mesmo por brechas no processo de fiscalização interna. A unidade deverá intensificar as vistorias e abrir procedimento para apurar responsabilidades.
Recorrência preocupa autoridades
O problema da entrada de celulares em unidades prisionais do Acre não é recente. Nos últimos anos, diversas operações revelaram que os aparelhos vêm sendo utilizados por detentos para manter contato com facções criminosas, organizar crimes fora dos muros e até comandar execuções. Só em 2024, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN) registrou dezenas de apreensões semelhantes, muitas delas em Cruzeiro do Sul e Rio Branco.
Em entrevista anterior, o Ministério Público do Estado já havia alertado sobre a necessidade de bloqueadores de sinal mais eficazes, reforço na segurança das visitas e capacitação dos agentes penitenciários. No entanto, os desafios persistem.
A reincidência das apreensões acende um alerta para a vulnerabilidade do sistema carcerário acreano e exige medidas mais contundentes por parte do poder público, tanto em tecnologia de segurança quanto em fiscalização.