A guerra comercial entre China e Estados Unidos se intensificou nesta quarta-feira (9), após o governo chinês anunciar um novo aumento nas tarifas de importação de produtos norte-americanos. As taxas, que estavam em 34%, saltarão para 84% a partir desta quinta-feira (10), segundo comunicado do Ministério das Finanças da China.
A decisão é uma resposta à elevação, por parte do presidente Donald Trump, das tarifas sobre produtos chineses para 104%. A medida norte-americana veio após a China retaliar a taxa de 34% imposta pelos EUA em 2 de abril.
Em nota oficial, o governo chinês criticou duramente a postura de Washington:
“A decisão dos EUA de aumentar as tarifas sobre a China é um erro atrás do outro. Infringe nossos direitos legítimos, prejudica o sistema de comércio multilateral e afeta a estabilidade econômica global. É um exemplo claro de unilateralismo e intimidação econômica.”
Pequim também cobrou a retirada imediata das medidas unilaterais por parte dos EUA e pediu que as divergências comerciais sejam resolvidas por meio do diálogo, com base no respeito mútuo.
Impacto nos mercados
Enquanto a maioria das bolsas de valores ao redor do mundo operava em queda por conta das tensões comerciais, os mercados chineses contrariaram a tendência e fecharam em alta nesta quarta-feira.
De acordo com analistas ouvidos pela Agência Brasil, o aumento de tarifas promovido por Trump busca reverter o processo de desindustrialização dos Estados Unidos, que ao longo das últimas décadas perdeu competitividade para países asiáticos. No entanto, especialistas demonstram ceticismo quanto à eficácia da medida e alertam para possíveis consequências negativas, como o aumento da inflação nos EUA.