
O Acre enfrenta um aumento preocupante nos casos de suicídio desde o período pós-pandemia da Covid-19. É o que aponta um levantamento divulgado pela plataforma G1 em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Segundo os dados, o estado registrou 93 mortes por suicídio entre 2020 e 2023.
Em 2022, o número de óbitos foi de 25, seguido por 24 em 2023, mantendo a média dos anos anteriores e revelando a persistência de um problema grave. Embora os números possam parecer estáveis, especialistas alertam para um crescimento silencioso, agravado pelas consequências emocionais e sociais da pandemia.
O levantamento destaca que o suicídio afeta pessoas de todas as idades e camadas sociais, mas tem impacto especialmente forte entre jovens e adultos em situação de vulnerabilidade. Entre os fatores apontados estão o isolamento social, a perda de entes queridos, a instabilidade econômica e a sobrecarga emocional vivida durante a pandemia.
No Brasil, mais de 50 mil pessoas tiraram a própria vida entre 2020 e 2022. Para especialistas, esse aumento reforça a urgência de políticas públicas de saúde mental. No Acre, a situação é ainda mais delicada devido à escassez de profissionais e à limitação dos serviços de atendimento psicológico em muitos municípios.
“Os efeitos da pandemia continuam impactando diretamente a saúde mental da população. Precisamos de estratégias permanentes de acolhimento e prevenção ao suicídio”, afirmou um psicólogo ouvido pela reportagem.
A Secretaria de Saúde do Acre informou que desenvolve ações voltadas à atenção psicossocial e que está trabalhando na ampliação dos serviços, mas reconhece os desafios enfrentados, principalmente nas cidades do interior.
Se você ou alguém que você conhece precisa de apoio emocional, procure ajuda. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito e sigiloso pelo número 188, disponível 24 horas por dia.