
Ainda em processo de recuperação de uma pneumonia, o Papa Francisco, de 88 anos, surpreendeu fiéis neste Domingo de Páscoa (19) ao aparecer na sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para abençoar milhares de pessoas que se reuniram na Praça de São Pedro.
Com a voz fraca e visivelmente debilitado, o pontífice desejou uma “Feliz Páscoa” e destacou a importância da fé, da esperança e da construção de um mundo de paz. Após cumprimentar a multidão, repassou o microfone a um colaborador, que leu a tradicional mensagem pascal.
Mesmo com dúvidas sobre sua participação até a manhã deste domingo, devido ao estado de saúde e ao clima nublado, o Papa apareceu por cerca de 20 minutos e ainda percorreu a praça em seu papamóvel, emocionando os fiéis presentes.
No discurso lido por um assessor, Francisco condenou a violência no mundo, pediu um cessar-fogo imediato em Gaza e fez um apelo à libertação de reféns e à ajuda humanitária às vítimas da guerra. O Papa também voltou a defender o desarmamento e alertou para o crescimento do antissemitismo global.
“Não há paz possível onde não há liberdade religiosa, liberdade de pensamento e expressão”, escreveu o pontífice em sua mensagem.
A presença de Francisco foi especialmente marcante após ele ter perdido a maioria das celebrações da Semana Santa — incluindo a Via Sacra e a Vigília Pascal — por orientação médica. Seu único compromisso nos últimos dias foi uma visita a uma prisão em Roma, onde conversou com detentos e manteve sua tradição de levar esperança aos mais vulneráveis.
Neste sábado, o Papa também fez uma breve aparição na Basílica de São Pedro para rezar diante da imagem da Virgem Maria e distribuiu doces às crianças presentes.
Já na manhã deste domingo, a missa de Páscoa começou às 5h30 (horário de Brasília), reunindo centenas de padres, bispos e cardeais, além de milhares de fiéis que celebraram juntos a ressurreição de Cristo, em uma Praça de São Pedro decorada com flores holandesas.
A expectativa do Vaticano é que o número de peregrinos aumente nos próximos meses por conta do Jubileu de 2025, o Ano Santo da Igreja Católica.
Quando questionado por repórteres sobre como estava vivendo esta Páscoa, Francisco respondeu com esforço e a voz ofegante:
— Estou vivendo da melhor maneira possível.