Valcione, funcionária pública do município de Sena Madureira e gestora da Escola Walfredo Guedes, tornou-se o centro de uma denúncia grave que está gerando grande repercussão nas redes sociais. Ela enfrenta um câncer agressivo e, em um vídeo divulgado, relatou a falta de cumprimento de uma decisão judicial que determinava que o município e o Estado de Sena Madureira custeassem metade de um medicamento de alto custo necessário para seu tratamento.
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No vídeo, Valcione revelou ainda que o ex-prefeito Mazinho Serafim havia utilizado sua situação em eventos públicos, prometendo ajudar com o custeio do medicamento, mas não cumpriu o que foi acordado.
Em resposta à denúncia, o atual prefeito de Sena Madureira, Gerlen Diniz, se comprometeu a tomar as providências necessárias para garantir que a professora receba o medicamento. Ele afirmou:
“Você tem minha palavra, Valcione. Vamos até o fim nessa história.”
Gerlen explicou que a Procuradoria Jurídica do município tomará as medidas legais cabíveis para garantir que a empresa cumpra a decisão judicial e entregue a medicação conforme prometido. “Eu estarei acompanhando pessoalmente. Vamos garantir que essa situação seja resolvida e que Valcione receba o que a Justiça determinou.”
A história de Valcione e a falta de cumprimento da decisão judicial
De acordo com Valcione, o Estado cumpriu sua parte na decisão judicial, mas a Prefeitura de Sena Madureira, sob a gestão do ex-prefeito Mazinho Serafim, não fez sua parte. “Até hoje, eu nunca recebi a medicação pela Prefeitura de Sena Madureira”, desabafa ela, com a voz embargada. “O ex-prefeito subia em palanques, dizia que tudo estava resolvido, que o meu remédio já estava garantido, mas isso nunca aconteceu.”
No vídeo, Valcione relata que, meses depois da determinação judicial, a medicação nunca foi entregue. “Estamos em abril, e ele nunca entregou a medicação que a Justiça determinou lá em setembro. Enquanto isso, ele segue a vida normal, contratando jogador para time… E eu fico pensando: como é que alguém consegue dormir depois de fazer promessas desse tipo?”, questiona Valcione.
Desvio de recursos para campanha eleitoral
Além do descumprimento da decisão judicial, Valcione fez uma revelação. Ela relatou que, em novembro de 2024, o empresário responsável pela venda do medicamento procurou-a e pediu um prazo até 30 de dezembro para entregar a medicação. Durante a conversa, o empresário revelou: “Olha, Valcione, tenho algo importante para te falar. Eu ainda não adquiri a medicação, porque durante a campanha, o Mazinho me pediu 50% do valor destinado à compra da medicação, com o compromisso de entregar esse valor para ele utilizar nas ações da campanha. Com apenas 50% desse valor, R$ 300 mil, eu não consegui comprar a medicação, mas prometo que farei o possível para entregar até 30 de dezembro.”
Apesar da promessa, Valcione afirmou que, até hoje, nada foi entregue. “Em novembro, o empresário me procurou e me pediu um prazo até 30 de dezembro, mas até hoje nada foi entregue. Eles pegaram o dinheiro e não cumpriram com o que foi prometido”, disse Valcione, visivelmente indignada com a situação.
A professora não hesitou em cobrar publicamente, afirmando: “Estamos falando de uma situação de vida ou morte. Não posso calar diante do que estou vivendo.
Após a divulgação do vídeo, Valcione revelou que o empresário responsável pela entrega do medicamento entrou em contato com ela e pediu para retirar o vídeo do ar, alegando que isso poderia prejudicar seus negócios. Contudo, Valcione se manteve firme em sua decisão de manter o vídeo público, pois acredita que a população precisa saber da verdade sobre a situação.