A professora Valcione, gestora da escola Valfredo Guedes e servidora pública do município de Sena Madureira, trouxe à tona uma grave denúncia envolvendo a gestão do ex-prefeito Mazinho Serafim. Em depoimento emocionado, ela revelou que, apesar de decisão judicial obrigar a prefeitura a arcar com 50% dos custos de seu medicamento para tratamento de câncer, até hoje não recebeu a medicação.
Durante a investigação realizada após seu apelo nas redes sociais, Valcione revelou que o município, ainda em julho de 2024, pagou R$ 636.876 para uma empresa fornecer o remédio. No entanto, a professora comparou os valores e apontou o superfaturamento: “O Estado gastou R$ 470 mil para comprar a mesma quantidade de medicamento, enquanto a prefeitura pagou R$ 638 mil”, afirmou, destacando a diferença de quase R$ 170 mil entre os valores.
Segundo a professora, essa discrepância de preços foi apresentada diretamente ao ex-prefeito em uma reunião com representantes da empresa fornecedora. Além disso, a situação se agravou após a revelação de que parte dos recursos pagos pela prefeitura teria sido desviada para a campanha eleitoral do então prefeito. O empresário contratado, segundo Valcione, admitiu que 50% do valor do contrato foi repassado para a campanha política, impossibilitando a compra do medicamento.
“Eles tiraram o dinheiro da minha medicação para financiar campanha. Eu esperei até 30 de dezembro e até hoje não recebi nada”, lamentou a professora.
O atual prefeito, Gerlen Diniz, assegurou que a Procuradoria Jurídica do município já está tomando providências para que a empresa cumpra a entrega dos medicamentos. “O município gastou uma fortuna e a professora não recebeu sequer uma dose. Isso é caso de polícia”, declarou.
A denúncia escancara não apenas o abandono de uma servidora pública em situação de saúde crítica, mas também um possível esquema de corrupção que usou recursos destinados à vida para bancar interesses políticos.