Um caso grave de violência doméstica e crueldade contra animais ocorrido em Porto Walter, no interior do Acre, vem provocando grande repercussão após o acusado ser solto durante a audiência de custódia. O homem, cuja identidade não foi revelada, foi preso em flagrante após agredir fisicamente a esposa e matar um gato de forma brutal na frente dos próprios filhos.
De acordo com testemunhas e relatos da vítima, as agressões ocorreram em dois momentos distintos no mesmo dia. Na primeira ocasião, o homem teria atacado a companheira com socos e empurrões, sendo contido por vizinhos. Poucas horas depois, voltou à residência mais agressivo. Durante uma nova crise de violência, ele matou o gato da família, esfolando o animal vivo diante dos filhos pequenos, em um ato descrito como extremamente cruel e traumático.
A Polícia Militar foi acionada e conseguiu prender o agressor em flagrante. Ele foi conduzido à delegacia de Cruzeiro do Sul e apresentado à Justiça. No entanto, durante a audiência de custódia, realizada em menos de 24 horas após a prisão, o juiz responsável pelo caso decidiu pela sua liberação, gerando revolta entre os familiares da vítima, a comunidade e movimentos sociais.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres e de proteção aos animais reagiram com indignação à decisão. Para elas, o caso escancara falhas no sistema de justiça, especialmente no que diz respeito à proteção de vítimas de violência doméstica e familiar. “É revoltante ver um agressor com esse nível de periculosidade ser solto. A mulher agredida e os filhos estão em risco. É um atentado contra a dignidade humana e contra a infância”, afirmou uma representante da rede de proteção à mulher de Cruzeiro do Sul.
A vítima, ainda abalada, contou com apoio psicológico e foi encaminhada ao serviço de assistência social do município. Ela também pediu medidas protetivas, temendo represálias do ex-companheiro. “Não é só por mim, é pelos meus filhos. Eles viram tudo. A Justiça precisa me proteger”, desabafou.
O caso também reacende o debate sobre a atuação das audiências de custódia em casos que envolvem violência doméstica e crimes contra animais, frequentemente tratados com pouca severidade pelo Judiciário. Parlamentares locais já manifestaram intenção de cobrar providências e mudanças no protocolo para esses casos.
Enquanto isso, a vítima segue sob cuidados e em local seguro, aguardando novas decisões da Justiça que garantam sua integridade física e emocional, e a de seus filhos.