
O Acre apresentou a delegações internacionais um modelo de reflorestamento sustentável durante a 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force), realizada em Rio Branco. Como parte da programação, participantes visitaram na quarta-feira (21) uma propriedade rural em Capixaba, considerada exemplo de restauração florestal.
A propriedade pertence ao casal Hermes e Maria Delci Ramos e conta com 2,25 hectares implantados com sistemas agroflorestais (SAFs), que integram produção rural com recuperação ambiental. O projeto é apoiado pelo Programa Global REDD Early Movers (REM Fase II), financiado pelo Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW), e faz parte de um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) firmado em 2021.

Desde 2022, a propriedade tem recebido acompanhamento técnico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e do Senar. A produção inclui culturas como café, banana, açaí, melancia e hortaliças, em consórcio com espécies florestais como jatobá, ipê, andiroba, castanheira, entre outras. O modelo segue o sistema 7 do Catálogo de SAFs indicados para o Acre.
Hermes Ramos destacou que a produção começou a gerar renda em apenas 60 dias e ressaltou a importância do apoio técnico: “Antes fazíamos de qualquer jeito. Hoje sabemos analisar o solo e usar os insumos corretos. A diferença é enorme”.

A visita teve como objetivo apresentar o funcionamento do monitoramento ambiental no estado e demonstrar como é possível conciliar reflorestamento com produção sustentável. O líder do projeto GCF, William Boyd, elogiou o Acre por seu papel de liderança em sustentabilidade e destacou a importância da iniciativa para a restauração de terras degradadas e geração de renda.
A analista ambiental Tamara Moura, da Sema, conduziu a visita e reforçou a intenção de propagar o modelo para outros territórios: “Queremos mostrar que manter a floresta em pé é viável e traz benefícios concretos para os produtores”.

A comitiva também visitou o Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), onde conheceu ferramentas de geotecnologia usadas em políticas ambientais, além do Viveiro da Floresta e da Biofábrica Clones da Amazônia, voltados à produção de mudas e espécies para restauração florestal.
A reunião da GCF Task Force segue até sexta-feira (23), promovendo o intercâmbio de experiências e soluções sustentáveis para a conservação das florestas tropicais.