A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu início a uma nova etapa do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), com o objetivo de avaliar a presença de substâncias químicas em produtos consumidos diariamente pela população brasileira. As coletas começaram a ser realizadas em estabelecimentos varejistas, como supermercados, feiras livres e sacolões, em todas as regiões do país.
A ação faz parte de uma estratégia contínua da Anvisa para reforçar o controle sobre a presença de agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal. O foco está em produtos frescos, como frutas, legumes e hortaliças, que compõem uma parte significativa da alimentação da população e que, por serem consumidos geralmente in natura, exigem atenção redobrada quanto à sua segurança.
O PARA é considerado uma das mais importantes ferramentas do Brasil no controle de resíduos de agrotóxicos. O programa avalia se os produtos vendidos ao consumidor final estão dentro dos limites aceitáveis de resíduos químicos, estabelecidos com base em parâmetros internacionais de segurança. Os resultados ajudam a orientar políticas públicas, regulamentações e ações de fiscalização.
A nova etapa do monitoramento contempla uma variedade de alimentos populares na mesa do brasileiro, como tomate, alface, pimentão, morango, abacaxi, batata, entre outros. Os produtos são coletados de forma aleatória nos pontos de venda e encaminhados para análise em laboratórios credenciados, que identificam e quantificam os tipos de agrotóxicos presentes.
Segundo a Anvisa, o objetivo não é apenas identificar irregularidades, mas também prevenir riscos e proteger a saúde da população. O programa permite detectar o uso de produtos não autorizados, o excesso de resíduos ou ainda a aplicação inadequada de defensivos agrícolas, orientando a tomada de decisões por parte dos órgãos reguladores e fiscalizadores.
A agência ressalta que o Brasil possui um dos sistemas mais robustos de controle de agrotóxicos do mundo, com limites máximos de resíduos estabelecidos para cada tipo de alimento. No entanto, a fiscalização contínua é essencial para garantir que esses padrões sejam cumpridos por toda a cadeia produtiva, desde o campo até o consumidor.
Os dados obtidos a partir das análises servirão de base para relatórios técnicos e poderão ser utilizados para ajustar normas regulatórias, aprimorar o registro de agrotóxicos e orientar os produtores sobre o uso seguro e responsável desses produtos. Além disso, os resultados permitem identificar padrões de não conformidade por região ou tipo de cultivo.
A iniciativa da Anvisa também envolve parcerias com órgãos de vigilância sanitária estaduais e municipais, o que fortalece a capacidade de fiscalização e amplia o alcance das ações. As equipes responsáveis pela coleta passam por treinamento específico, garantindo que os procedimentos sejam padronizados e os dados gerados tenham confiabilidade científica.
Nos últimos ciclos do PARA, a maioria dos alimentos analisados apresentou níveis de resíduos dentro dos limites permitidos. No entanto, casos de inconformidade ainda são registrados, especialmente em culturas mais sensíveis e com maior uso de defensivos agrícolas. É por isso que a continuidade do monitoramento é considerada estratégica para a saúde pública.
A Anvisa reforça que os consumidores também têm papel importante na promoção da segurança alimentar. Lavar bem os alimentos antes do consumo, preferir produtos da estação e buscar informações sobre a origem dos produtos são atitudes que ajudam a reduzir riscos.
Com a retomada do monitoramento, a expectativa é de que produtores, distribuidores e varejistas intensifiquem o cumprimento das boas práticas agrícolas e o uso correto dos agrotóxicos, contribuindo para uma alimentação mais segura para todos os brasileiros.
