Após um dia inteiro de manifestação, a BR-364 foi totalmente liberada por volta das 18h desta terça-feira (20), no trecho entre Sena Madureira e Rio Branco. O protesto, que durou cerca de 11 horas, foi organizado por aproximadamente 250 moradores e produtores rurais, que denunciaram supostos abusos cometidos por equipes do Ibama em áreas produtivas da região.
Durante o bloqueio, os manifestantes impediram a passagem de veículos, exceto ambulâncias e automóveis transportando pacientes em situação de emergência. Mesmo com chuva durante parte do dia, o grupo permaneceu firme, exigindo providências e a presença de representantes do órgão ambiental para tratar das denúncias.
Os manifestantes alegam que, durante fiscalizações recentes, o Ibama realizou ações consideradas desproporcionais, como destruição de casas, queima de equipamentos de trabalho e expulsão de famílias que vivem há décadas na região. Segundo eles, as ações atingem não apenas áreas de desmatamento ilegal, mas também pequenas propriedades e projetos produtivos familiares.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou a manifestação desde as primeiras horas da manhã, garantindo a segurança no local e buscando um diálogo pacífico. No fim da tarde, após articulações e negociações, os manifestantes decidiram encerrar o protesto, liberando totalmente a rodovia federal.
Para os moradores da região, o ato foi necessário para chamar a atenção das autoridades estaduais e federais. A mobilização demonstrou a insatisfação crescente com a forma como as operações ambientais estão sendo conduzidas, sem diálogo prévio com as comunidades locais. Muitos relatam prejuízos significativos e temem o avanço de novas ações semelhantes nos próximos meses.
Apesar da liberação da via, os manifestantes afirmam que continuarão em alerta. A comunidade exige que suas reivindicações sejam ouvidas e que o poder público busque soluções que conciliem preservação ambiental com o direito à produção e à moradia.
O episódio desta terça-feira reforça o papel das manifestações populares como ferramenta legítima de pressão por justiça e equilíbrio nas ações governamentais. Em um estado com vastas áreas rurais como o Acre, é essencial considerar o impacto social das decisões e garantir que as fiscalizações ocorram com responsabilidade, respeito e diálogo.