Um detento da Penitenciária Manoel Néri da Silva, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, morreu após sofrer um infarto na manhã desta segunda-feira (27). O homem foi encontrado desacordado dentro da cela e, segundo os primeiros relatos de agentes penitenciários, apresentava sinais de possível uso de entorpecentes no momento em que passou mal.
O interno chegou a ser socorrido por uma equipe de atendimento de emergência e encaminhado ao Hospital Regional do Juruá. Apesar dos esforços da equipe médica para reanimá-lo, o detento não resistiu e veio a óbito poucas horas depois da internação.
A morte causou movimentação dentro da unidade prisional, que imediatamente acionou os procedimentos de segurança e iniciou uma investigação interna. O corpo do preso foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Cruzeiro do Sul para exames detalhados, que devem confirmar as causas exatas da morte e se houve de fato ingestão de substâncias ilícitas.
Informações extraoficiais apontam que o detento apresentava agitação e comportamento alterado horas antes de ser encontrado inconsciente, o que reforça a hipótese de consumo de drogas dentro da prisão. O caso acendeu um alerta para o sistema penitenciário do município, que já enfrenta desafios relacionados ao controle de entrada de substâncias proibidas nos presídios da região.
A direção da unidade penitenciária reforçou que já vem adotando medidas para combater o tráfico e o uso de drogas dentro das celas, como vistorias rotineiras, fiscalização mais rígida nas visitas e monitoramento constante por parte dos agentes. No entanto, casos como este demonstram a dificuldade de controle absoluto, especialmente diante da superlotação e das limitações estruturais que afetam o sistema prisional local.
A identidade do detento ainda não foi divulgada oficialmente. A unidade informou apenas que se tratava de um homem de 34 anos, que cumpria pena por roubo e estava detido há pouco mais de dois anos. Familiares foram informados da morte e aguardam a liberação do corpo para os procedimentos funerários.
A Secretaria responsável pela administração penitenciária está acompanhando o caso e promete rigor na apuração dos fatos. Uma sindicância foi aberta para investigar como o material ilícito pode ter entrado na unidade e se houve falha na fiscalização.
A morte também levanta questionamentos sobre a assistência médica prestada aos detentos dentro das unidades prisionais do Acre. Embora existam protocolos para emergências e presença de equipes de saúde em algumas unidades, a realidade mostra que nem sempre o atendimento é rápido ou eficaz, especialmente nos presídios mais afastados da capital.
No Hospital do Juruá, a equipe médica de plantão relatou que o preso chegou em estado crítico e com sinais vitais muito baixos. Foram realizadas manobras de ressuscitação, mas o quadro era irreversível. O hospital confirmou o óbito por parada cardiorrespiratória, embora os laudos definitivos devam ser emitidos nos próximos dias.
Esse é mais um episódio que evidencia os desafios enfrentados pelo sistema prisional no interior do estado, onde o tráfico de drogas continua sendo uma das principais ameaças à ordem dentro das unidades, comprometendo não apenas a segurança, mas também a vida dos internos.
O caso segue em apuração e, até a conclusão do inquérito administrativo, outras ações podem ser adotadas para reforçar o controle interno e evitar que novas tragédias aconteçam.