17 junho 2025

Dupla acusada de matar sobrinho-neto da ministra Marina Silva deve passar por audiência nesta segunda (19) no Acre

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Os réus André de Oliveira da Silva e Denis da Rocha Tavares, acusados pela morte de Cauã Nascimento Silva, de 19 anos, sobrinho-neto da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, devem participar de audiência de instrução nesta segunda-feira (19), às 10h, na 1ª Vara do Tribunal do Júri do Acre, em Rio Branco. Esta é, pelo menos, a terceira tentativa de realização da audiência, que já havia sido remarcada anteriormente nos dias 27 de março e 14 de maio, mas não ocorreu.

Nesta etapa do processo, serão ouvidos o Ministério Público, a defesa e as testemunhas. Após o encerramento dessa fase, caberá ao juiz decidir se os acusados irão ou não a júri popular.

A dupla foi denunciada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) em novembro de 2024. Segundo as investigações da Polícia Civil, André de Oliveira seria o autor dos disparos que mataram Cauã, enquanto Denis Tavares teria fornecido a arma usada no crime. Ambos estão respondendo por homicídio qualificado, e a Justiça determinou a prisão preventiva de Denis.

Morte teria sido ordenada por facção

Conforme o inquérito, André é réu confesso e afirmou que recebeu ordens de uma facção criminosa para executar Cauã. A vítima teria sido vista pichando muros com a sigla de um grupo rival no bairro Taquari, onde morava havia pouco tempo.

O crime aconteceu em fevereiro de 2024. Cauã foi surpreendido dentro de casa por dois homens armados, que invadiram o imóvel e foram diretamente até o quarto onde ele estava. Ele foi baleado e morreu ainda no local. O jovem morava com a tia e outros familiares. Segundo relatos de moradores, ele não tinha envolvimento anterior com facções, mas teria começado a se associar a um grupo criminoso após a chegada da facção no bairro.

Durante a prisão de André, em setembro de 2024, os policiais encontraram uma escopeta em sua residência, localizada no Ramal do Macarrão, em Rio Branco. Na ocasião, ele já havia quebrado a tornozeleira eletrônica que usava por uma condenação anterior por posse ilegal de arma.

O delegado Cristiano Bastos, responsável pelo caso, informou que Cauã não tinha antecedentes criminais, mas estava se aproximando de membros da facção que havia assumido o controle do Taquari. Isso teria motivado sua morte por parte de integrantes da facção rival que ainda resistiam na área.

Além das imagens de pichações, a polícia encontrou uma foto em que Cauã fazia um gesto com as mãos associado ao grupo criminoso rival, o que teria reforçado a ordem de execução. A investigação continua, com a polícia apurando a possível participação de outros envolvidos.

Repercussão

Na época do crime, a ministra Marina Silva lamentou publicamente a morte do sobrinho-neto. Em publicação nas redes sociais, escreveu:

“Com imenso pesar e dor, recebo a notícia de que meu sobrinho-neto Cauã Nascimento Silva, de 19 anos, foi assassinado em Rio Branco, no Acre. Cauã foi vítima da criminalidade que destrói vidas, principalmente de jovens de bairros da periferia do nosso país. Que Deus sustente e console nossa família.”

A audiência desta segunda-feira será decisiva para definir os próximos passos do processo. A expectativa é que, após essa fase, a Justiça decida se os acusados irão enfrentar julgamento pelo Tribunal do Júri.

Informações via G1 Acre.

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