Um caso estarrecedor de violência doméstica e abuso contra uma idosa de 98 anos chocou moradores do município de Manacapuru, no interior do Amazonas. Um homem foi preso nesta quarta-feira (8) suspeito de estuprar e submeter a própria mãe a maus-tratos contínuos. A idosa vivia em condições precárias, relatando que vinha se alimentando apenas com água e farinha nos últimos dias.
A prisão foi efetuada pela Polícia Civil após denúncias feitas por vizinhos, que ouviram gritos frequentes de socorro vindos da residência onde mãe e filho moravam. Os relatos levaram a uma investigação que confirmou a situação degradante enfrentada pela vítima. Durante a abordagem policial, a idosa confirmou que sofria agressões físicas, violência sexual e que era privada de alimentação adequada.
Segundo informações da polícia, o suspeito tem 53 anos e já possui histórico de comportamento violento. Ele foi preso em flagrante e responderá por crimes de estupro de vulnerável, tortura e maus-tratos contra idoso, podendo pegar penas que somadas ultrapassam 30 anos de reclusão.
A idosa, muito debilitada, foi resgatada pelos agentes e encaminhada ao hospital de Manacapuru, onde recebeu os primeiros atendimentos. A equipe médica constatou sinais de desnutrição grave, lesões pelo corpo e traumas compatíveis com abuso prolongado. Ela permanece internada e deve ser transferida para uma unidade especializada em Manaus nos próximos dias.
O caso causou comoção entre os moradores da cidade. A Secretaria de Assistência Social do município informou que já está acompanhando a situação e deve providenciar acolhimento seguro para a idosa após sua recuperação. Também será oferecido apoio psicológico e social.
As autoridades reforçam que denúncias anônimas são fundamentais para salvar vidas, principalmente em situações que envolvem pessoas vulneráveis, como crianças, mulheres e idosos. O delegado responsável pelo caso, Luiz Henrique Castro, destacou a importância da colaboração dos vizinhos: “Sem a denúncia, essa senhora provavelmente não teria resistido por muito mais tempo. Foi um ato de coragem que possibilitou a ação da polícia”.
A Justiça do Amazonas deve decidir nas próximas horas sobre a prisão preventiva do suspeito, que permanece detido à disposição do Poder Judiciário.
