O Acre enfrenta uma das piores temporadas de doenças respiratórias dos últimos anos. Apesar da maior gravidade dos casos se concentrar em crianças e idosos, é o grupo entre 20 e 29 anos que mais tem buscado atendimento médico nas unidades de saúde por sintomas gripais.
Segundo registros das unidades de monitoramento do estado, mais de 11 mil consultas relacionadas a síndrome gripal já foram contabilizadas em 2025. Esse dado coloca os jovens adultos no topo das estatísticas de procura por atendimento hospitalar por sintomas como febre, dor no corpo, tosse seca, congestão nasal e dor de garganta.
Embora os jovens geralmente não apresentem quadros graves, a alta procura indica um aumento significativo da circulação de vírus respiratórios na população. Especialistas em saúde avaliam que essa faixa etária costuma estar mais exposta a ambientes com aglomeração, como universidades, transportes coletivos, ambientes de trabalho e eventos sociais, o que pode contribuir para o contágio e transmissão do vírus.
Por outro lado, os quadros mais graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) continuam afetando principalmente as crianças de até nove anos e os idosos com mais de 60 anos. Esses grupos são os que mais precisam de internações, inclusive em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o que tem gerado superlotação em hospitais e unidades pediátricas.
O aumento expressivo nos casos e na ocupação hospitalar levou o estado a adotar medidas emergenciais para ampliar a capacidade de atendimento, fortalecer as ações de vigilância epidemiológica e agilizar a oferta de insumos médicos. Ainda assim, o cenário permanece delicado.
A baixa cobertura vacinal contra a Influenza também preocupa. Muitos jovens, apesar de ativos socialmente, não buscam a vacina por acreditarem não estar em risco. No entanto, a vacinação segue sendo uma das principais estratégias para reduzir a transmissão e a gravidade da doença. A dose está disponível gratuitamente nas unidades de saúde de todos os municípios do estado para pessoas a partir dos seis meses de idade.
A Secretaria de Saúde reforça que qualquer pessoa com sintomas gripais deve buscar atendimento para avaliação clínica e, se necessário, iniciar o tratamento adequado. Medidas como o uso de máscara em locais fechados, a higienização frequente das mãos e o distanciamento de pessoas com sintomas também continuam sendo importantes.
Além da gripe, circulam simultaneamente outros vírus como o rinovírus, adenovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e o coronavírus, aumentando o risco de coinfecções e agravando o quadro clínico, principalmente em pacientes com doenças crônicas.
A expectativa é de que, com o avanço da vacinação e a conscientização da população, os números possam se estabilizar nas próximas semanas. Enquanto isso, as autoridades seguem em alerta, monitorando os indicadores e reforçando o atendimento nas unidades de saúde, especialmente durante o período de maior transmissão das doenças respiratórias.
A população, por sua vez, deve permanecer vigilante. A prevenção segue sendo a melhor forma de combater o avanço das síndromes gripais e proteger os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
