Justiça aceita denúncia contra suspeito de latrocínio que vitimou vigilante em escola de Rio Branco

Mais de um mês após o assassinato do vigilante Raimundo de Assis de Souza Filho, de 52 anos, a Justiça do Acre aceitou a denúncia contra um dos suspeitos de envolvimento no crime. Francisco do Nascimento Costa, de 23 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) por latrocínio — roubo seguido de morte.

O crime ocorreu na manhã do dia 7 de abril, na Escola Estadual Maria Raimunda Balbino, onde Raimundo trabalhava há cerca de cinco anos. Ele foi baleado durante uma tentativa de assalto em que os criminosos pretendiam roubar sua arma. Houve troca de tiros, e o vigilante acabou morrendo no local.

De acordo com o MP, Francisco agiu em conjunto com Leandro Mendes dos Santos, de 18 anos, e Valdeusmar Bezerra da Silva, de 35. Os três teriam planejado a invasão da escola e usado violência na abordagem, resultando na morte de Raimundo.

A denúncia foi recebida no dia 13 de maio pelo juiz Gustavo Sirena, com base nas imagens do circuito interno da escola, que mostram a presença de Francisco no local. Ele também foi preso em flagrante no terminal rodoviário de Rio Branco, no dia 10 de abril, enquanto tentava fugir do estado — o que justificou a manutenção da prisão preventiva.

“Importante registrar que o representado foi preso em cumprimento ao mandado de prisão expedido em outros autos, três dias após os fatos, enquanto estava na iminência de fugir do estado, fator este que autoriza o decreto preventivo”, destacou o magistrado na decisão.

Segundo as investigações da Polícia Civil, Leandro Mendes foi o responsável por invadir a escola armado e abordar a vítima. Durante a reação de Raimundo, ele também foi baleado e encaminhado ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde permanece internado desde então.

Valdeusmar Bezerra, que também participou da ação, usava tornozeleira eletrônica. Através do monitoramento do dispositivo, a polícia conseguiu rastrear seus passos na madrugada do crime, quando ele teria entrado na escola para mapear o local.

Francisco do Nascimento, por sua vez, teria ficado do lado de fora da escola, no muro, observando os movimentos e repassando informações à dupla. Ele foi visto por uma testemunha correndo junto com Valdeusmar após os disparos.

A defesa do acusado tem 10 dias para apresentar resposta à acusação.