Os médicos da rede pública do Acre decidiram deflagrar uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima sexta-feira, 8 de maio. A mobilização foi aprovada durante assembleia geral extraordinária convocada pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC).
A paralisação afetará apenas os atendimentos não urgentes, como consultas ambulatoriais e cirurgias eletivas — procedimentos que podem ser reagendados. Os serviços de urgência e emergência continuarão funcionando normalmente, incluindo o atendimento pediátrico, essencial neste período de aumento de casos de doenças respiratórias.
Segundo o Sindmed-AC, a greve será mantida até que o governo atenda às principais reivindicações da categoria, entre elas o pagamento de gratificações e plantões extras, que vêm sendo cortados de forma considerada irregular há anos. Os médicos denunciam ainda a prática de assédio moral em unidades de saúde, especialmente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito, além de queixas em outros locais.
“É inadmissível continuarmos recebendo relatos de cortes em plantões e gratificações que fazem parte do salário dos médicos. Muitos dependem desses valores para cumprir seus compromissos. Esses cortes acontecem há muito tempo e sempre foram alvo de reclamações”, afirmou o presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici.
Ele também criticou a falta de respostas por parte do governo. “Temos buscado diálogo de forma contínua, inclusive apresentando queixas nominais aos gestores. No entanto, até agora nada foi feito. Os médicos estão cansados de tanto desrespeito.”
A categoria já havia alertado, ainda em março, que retomaria a greve caso o governo não apresentasse avanços concretos até maio. Como isso não ocorreu, a paralisação foi confirmada.
