6 junho 2025

Mega operação da Prefeitura retira ambulantes em frente ao Pronto-Socorro no Dia do Trabalhador e gera revolta

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Na manhã de quinta-feira (1º), justamente no Dia do Trabalhador, uma operação da Prefeitura de Rio Branco, com apoio da Polícia Militar, resultou na retirada de vendedores ambulantes que atuavam em frente ao Pronto-Socorro da capital. A ação envolveu a apreensão de mercadorias e desmontagem de barracas instaladas na Avenida Nações Unidas, próximo à entrada da unidade hospitalar.

Pequenos comerciantes, que vendem produtos como salgados e doces, relataram à imprensa local os prejuízos sofridos. “Hoje, a gente só queria trabalhar e garantir o pão do dia. Agora, estamos saindo com as mãos vazias. Um verdadeiro presente de Dia do Trabalhador”, disse um dos ambulantes enquanto doava o que restou de seus produtos, prestes a serem levados pelas equipes de fiscalização.

A presença de agentes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra) e policiais gerou indignação entre os trabalhadores, que questionaram a ação da Prefeitura. “Falta operação assim para prender bandido. Mas para tirar trabalhador da rua, sempre tem força-tarefa”, disse um popular que acompanhava a movimentação.

Prefeitura justifica com base em recomendação do MP

Em nota, a Prefeitura de Rio Branco esclareceu que a remoção dos ambulantes atendeu a uma recomendação do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), após solicitação da própria direção do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB). Segundo a gestão municipal, havia preocupação com a comercialização de alimentos em frente à unidade de saúde, o que poderia comprometer a recuperação de pacientes com imunidade debilitada.

A administração destacou que a operação cumpre a Lei Municipal nº 2.273/2017, que proíbe comércio ambulante a menos de 100 metros de hospitais, UPAs, policlínicas e prontos-socorros. De acordo com a nota, desde a publicação da lei, em 2017, houve diálogo e busca por soluções alternativas.

“A Prefeitura reafirma seu compromisso com o diálogo, a construção de soluções conjuntas e o respeito a todos os trabalhadores e trabalhadoras. Reforçamos que todas as ações estão sendo conduzidas com o máximo de cuidado, sensibilidade e responsabilidade com a população de Rio Branco”, diz o comunicado.

Apesar da justificativa, o momento da ação — em pleno 1º de maio — gerou críticas nas redes sociais e entre os próprios ambulantes, que esperavam, no mínimo, uma data simbólica respeitada. O debate agora gira em torno da busca por um novo espaço para que esses trabalhadores possam exercer sua atividade de forma regular e digna.

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