O motorista responsável por um acidente fatal ocorrido na Via Verde, em Rio Branco, prestou depoimento à Polícia Civil quase um mês após o trágico incidente. O acidente, que aconteceu no final de abril, resultou na morte de duas pessoas, um homem e uma mulher, que estavam em uma motocicleta. O caso gerou grande comoção entre a população e levantou discussões sobre a demora nas investigações e os privilégios legais que parecem beneficiar aqueles com poder aquisitivo no estado do Acre.
O acidente aconteceu em uma das vias mais movimentadas de Rio Branco, a Via Verde, quando o motorista de um veículo de luxo, aparentemente em alta velocidade, perdeu o controle e atingiu a motocicleta das vítimas. O impacto foi tão forte que ambos os ocupantes da moto não resistiram aos ferimentos e morreram ainda no local.
O motorista, que não teve sua identidade revelada, foi inicialmente levado ao hospital, mas não sofreu ferimentos graves. Ele foi liberado rapidamente e, até então, não havia prestado depoimento à polícia, o que gerou indignação entre os familiares das vítimas e moradores da região. A situação suscitou um debate sobre o tratamento desigual que, muitas vezes, ocorre no sistema de justiça, especialmente no Acre, onde quem tem dinheiro pode se beneficiar de privilégios.
Embora o caso tenha gerado ampla cobertura nas redes sociais e entre a população local, o depoimento do motorista só ocorreu quase um mês após o acidente, o que alimenta a percepção de que processos envolvendo pessoas com poder econômico no Acre têm uma tramitação mais lenta. Esse tipo de cenário não é novo no estado, onde muitos acreditam que quem possui recursos financeiros consegue maior acesso a advogados influentes e até mesmo um tratamento mais favorável por parte das autoridades.
Organizações de direitos humanos e advogados locais têm questionado a morosidade das investigações e a disparidade entre casos de pessoas de diferentes classes sociais. Para muitos, o caso ilustra como as vítimas de acidentes e seus familiares, muitas vezes de classes mais baixas, enfrentam uma luta árdua para que a justiça seja feita, enquanto aqueles com recursos financeiros conseguem postergar processos ou até suavizar as consequências de seus atos.
Ainda não há informações sobre o futuro do motorista ou se ele será formalmente acusado de homicídio culposo ou outro crime relacionado ao acidente. O caso segue em investigação, e a população aguarda por uma resposta mais célere das autoridades.
A tragédia na Via Verde também gerou um debate importante sobre a segurança nas vias públicas e a necessidade de punições mais rigorosas para motoristas imprudentes, especialmente em áreas urbanas movimentadas, onde o risco de acidentes fatais é elevado.