
Em pronunciamento na sessão desta quarta-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Tio Pablo (PSD) saiu em defesa dos estudantes acreanos de medicina que cursam graduação na Bolívia. O parlamentar criticou a recente recomendação emitida pelo Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) e reforçou seu compromisso com a aprovação do Projeto de Lei nº 40/2025, que busca viabilizar a realização do internato médico por esses estudantes na rede pública e privada de saúde do estado.
O parlamentar criticou a postura do CRM diante da construção do PL, alegando quebra de diálogo e falta de boa fé. Segundo ele, havia sido acordado que o projeto seria discutido em conjunto entre Legislativo, CRM e Governo do Estado. No entanto, foi surpreendido pela Recomendação nº 001/2025, que, segundo Pablo, inviabiliza a proposta. “Essa recomendação não foi acordada. O CRM agora tem poder de legislar? ”, questionou.
Ao relatar que buscou esclarecimentos junto ao Conselho, o deputado disse ter sido informado de que, mesmo com as exigências atendidas pelo Estado, o internato não seria reconhecido. “Ora, então por que conversar? Se não há possibilidade de reconhecimento, é porque a intenção nunca foi o diálogo”, afirmou.
Ele também anunciou que a luta agora será ampliada por meio da frente parlamentar em defesa dos estudantes brasileiros na Bolívia, iniciativa que já conta com o apoio de parlamentares como Michele Mello (PDT), Eduardo Ribeiro (PSD) e Tadeu Hassem (Republicanos). “Hoje vocês, do CRM, não estão mais lidando apenas com o deputado Pablo, mas com uma frente parlamentar que vai legislar. Se o Conselho não quer ajudar, que não atrapalhe”, declarou.
Pablo reafirmou que o objetivo é criar uma legislação que permita a realização do internato no Acre, tanto na rede pública quanto na rede privada, com acompanhamento de médicos habilitados. Ele também cobrou coerência do CRM: “Chego lá e quase todos são formados na Bolívia, mas querem resguardar somente uma parte desses profissionais”.
Ao encerrar, voltou a criticar o silêncio do Conselho diante das mortes recentes na rede pública. “Até agora não vi nenhuma nota de pesar do CRM sobre essas perdas. São inúmeros casos, a criança de onze de Feijó, da mulher grávida de Cruzeiro do Sul. E nós aqui estamos lutando por soluções reais, porque nossos profissionais estão sobrecarregados e a população está pagando com a vida”, disse.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac