Na última sexta-feira (6), a praça central de Cruzeiro do Sul foi palco de um evento cultural que reuniu mais de 300 pessoas para a exibição gratuita do aclamado filme brasileiro Que Horas Ela Volta?, dirigido por Anna Muylaert. O público emocionado aplaudiu a obra que já é considerada um marco do cinema nacional, celebrando uma noite que já entrou para a história local como um verdadeiro “absolute cinema acreano”.
A experiência foi ainda mais especial porque a própria Anna Muylaert está em Cruzeiro do Sul, acompanhando de perto o carinho e a receptividade da comunidade local. Em entrevista exclusiva, a diretora compartilhou seu encantamento pela cidade e revelou planos ambiciosos para o futuro.
“Já houve palestras e rodas de conversa, e esse evento é uma forma de retribuir todo o carinho que recebemos aqui em Cruzeiro do Sul”, destacou Muylaert. “Estou muito encantada com Cruzeiro do Sul. Recebo muitas mensagens das pessoas que estão participando como figurantes e que estão encantadas com o processo, querendo fazer mais. A Lana, que trabalhou no figurino e é daqui, acredito que vai seguir carreira, talvez até fora da cidade. Acho que alguma semente de criatividade a gente trouxe para vocês, e com certeza vocês deram muita coisa para a gente.”
Muylaert também revelou a expectativa para o próximo ano: “Ontem (6) o Seu Jorge foi embora e ele falou: ‘olha, eu só quero lhe agradecer por ter trazido para cá, porque eu conheci esse lugar’. Tem algo realmente especial aqui. Daqui a um ano vou voltar com o filme pronto, passar aqui na praça com mais gente, os figurantes, as famílias. Só tenho a agradecer a cidade de Cruzeiro do Sul e a receptividade desse povo maravilhoso. No próximo ano, nossa ideia é colocar mil cadeiras nessa praça pública para o lançamento do filme Geni e o Zepelim, gravado nessa região linda.”
O filme Que Horas Ela Volta? narra a história de Val, empregada doméstica que enfrenta as barreiras sociais do Brasil contemporâneo com coragem e sensibilidade, ganhando força com a chegada de sua filha Jéssica, que desafia as normas da casa e da sociedade. Frases marcantes, como “Não, obrigada. Eu prefiro tomar água de filtro.” e “Agora a vida vai ser diferente.” se destacam pelo impacto emocional e social, reafirmando o poder do cinema para provocar reflexão e diálogo.
A união da qualidade artística do filme, a receptividade da comunidade e a presença da diretora criaram uma noite memorável que fortalece o cenário cultural do Acre, mostrando que o cinema é, de fato, um elemento transformador para a região.