7 agosto 2025

Acre bate recorde e realiza primeiro transplante ósseo da história pelo SUS

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Foto: Neto Lucena/Secom

O Acre segue avançando na área da saúde e se destaca no cenário nacional com o aumento no número de transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta semana, a Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre), em Rio Branco, marcou um feito inédito ao realizar o primeiro transplante de tecido ósseo do estado — um marco histórico para a medicina local.

A cirurgia de alta complexidade foi realizada no dia 3 de junho, com apoio técnico do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Rio de Janeiro. No mesmo dia, um segundo procedimento também foi feito, demonstrando a capacidade da equipe acreana em executar esse tipo de operação com autonomia e qualidade.

A primeira paciente a receber o transplante ósseo foi Nerian Brito, 45 anos, vítima de um grave atropelamento em 2014. Após anos de dor e mobilidade limitada, ela agora tem a chance de recuperar parte da sua qualidade de vida. “O sonho da minha filha é poder caminhar comigo. Agora, com essa cirurgia feita aqui mesmo no Acre, isso vai ser possível”, relatou emocionada.

Foto: Neto Lucena/Secom

Desde que começou a realizar transplantes, o Acre já soma 543 procedimentos: 333 de córnea, 105 de rim, 103 de fígado e agora 2 de tecido ósseo. Apenas em 2024, foram 62 transplantes no estado. Em 2025, já são 16 realizados até o momento.

O governador Gladson Cameli visitou a equipe da Fundhacre e parabenizou os profissionais pelo avanço. “Estamos colhendo os frutos de um trabalho contínuo em estrutura, capacitação e parcerias. Cada transplante é uma vida transformada e um passo a mais para uma saúde pública mais justa e eficiente”, destacou.

O secretário de Saúde do Estado, Pedro Pascoal, também comemorou os resultados. “Nosso objetivo é garantir que os acreanos tenham acesso a tratamentos de alta complexidade aqui mesmo, sem precisar sair do estado. Estamos qualificando profissionais e investindo para que o SUS funcione na ponta”, afirmou.

A presidente da Fundhacre, Sóron Steiner, reforçou a importância do momento. “Cada transplante é uma vitória. Ver o Acre alcançar esse patamar na área de saúde mostra que estamos no caminho certo”, disse.

Crescimento expressivo nos últimos anos

Foto: Neto Lucena/Secom

Os números mostram um crescimento relevante em todas as frentes. Os transplantes de fígado, por exemplo, somaram 18 em 2023, 16 em 2024 e já chegam a 7 em 2025. Os de rim passaram de 4 em 2024 para 5 em 2025 até junho. Já os de córnea saltaram de apenas 6 em 2023 para 42 em 2024. Em 2025, foram 2 até agora.

A coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre, Valéria Monteiro, destaca que o impacto é muito mais que técnico. “Cada paciente tem uma história. O transplante transforma a vida de toda uma família. É preciso sensibilidade e muito preparo para que tudo aconteça com segurança”, disse.

O avanço no Acre acompanha o bom momento do país. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil realizou mais de 30 mil transplantes em 2024 — o maior número da história do SUS, com crescimento de 18% em relação a 2022. Entre as novidades estão a implantação da Prova Cruzada Virtual, que agiliza o encontro de doadores compatíveis; uma nova regionalização para distribuição de órgãos; e o ProDOT, programa que aprimora a abordagem das famílias de possíveis doadores.

Apesar dos avanços, a resistência de famílias ainda é um desafio. Das 88 abordagens feitas no Acre em 2024, 44 foram recusadas — metade dos casos. A recusa impede a doação, mesmo que a pessoa tenha desejado doar em vida. Por isso, autoridades reforçam a importância de conversar com os familiares sobre o desejo de ser doador.

Acre no centro das transformações

Cada transplante envolve uma complexa rede de profissionais — cerca de 30 diretamente e até 300 indiretamente. Isso mostra o tamanho da estrutura necessária para que o SUS funcione de forma efetiva. O governo do Acre, por meio da Sesacre e da Fundhacre, segue empenhado em oferecer à população acesso a tratamentos cada vez mais modernos e humanizados.

O que antes era possível apenas fora do estado, agora está ao alcance dos acreanos — e com resultados que colocam o Acre entre os protagonistas da saúde pública na Região Norte.

Via Agência de Notícias do Acre.

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